PUBLICIDADE

Observatório da Web monitora candidatos em sites e redes sociais

Projeto da UFMG reúne menções a candidatos e analisa se elas são positivas e negativas

Por Tatiana Mello Dias
Atualização:

A internet tem seus humores, seus amores e seus ódios passageiros. Mas como medir as opiniões postadas na rede? E mais: como o humor dos internautas reflete em questões como a eleição presidencial? O Observatório da Web surgiu para isso.

PUBLICIDADE

Ele é o primeiro projeto público do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Web (InWeb), órgão criado em 2008 e vinculado à Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). “O Observatório surgiu da percepção de que cada vez mais a web deixa de ser apenas o ‘ser’ e passa a ser ‘estar’. No Twitter, importa mais o que você está fazendo do que o que você é”, diz Wagner Meira, professor da UFMG e responsável pelo projeto. “A partir disso, capturar e sintetizar a informação vira um desafio muito maior”.

Elogios e críticas O mecanismo coleta em tempo real o que está sendo dito na mídia tradicional e em redes sociais sobre os presidenciáveis. As opiniões são transformadas em gráficos. Eles medem a popularidade dos candidatos (e cruzam esse dado com as notícias do dia), fazem quadros comparativos e analisam a polaridade – isto é, se o candidato está sendo bem ou mal falado pela rede.

Hoje, é possível comparar as estatísticas de Dilma Roussef (PT), José Serra (PSDB), Marina Silva (PV), Ciro Gomes (PSDB) e Plínio Arruda (PSOL). Há quatro tipos de análise: gráfico comparativo de popularidade, nuvem de tags com os termos mais associados ao candidato, número de aparições em diferentes mídias (jornais, revistas, Twitter) e polaridade.

Os resultados permitem várias análises. Marina foi quem teve mais menções positivas no Twitter: 53%. Ciro vem em segundo, com 46%. Serra e Dilma tiveram, respectivamente, apenas 34% e 28% de tweets com menções positivas. Arruda não foi citado. No serviço de microblogging, José Serra teve maior visibilidade em 17 de março, dia em que recebeu apoio do PSDB mineiro e em que foi divulgada pesquisa do IBOPE. Já Dilma Roussef foi mais citada em 12 de abril – quando estreou seu perfil por lá. O gráfico acima leva em conta todas as mídias analisadas.

Em obras O Observatório ainda está em construção. “Nossa meta é baixar a latência entre a coleta e a apresentação”, diz Meira. Os dados coletados estão disponíveis na web – mídias tradicionais, redes sociais e Twitter. O processamento é feito com ferramentas e algoritmos criados pelo Observatório. “Normalmente são dados crus, pouco elaborados, sem análise. Nossa ideia é agregar valor a esses dados, transformá-los em informação”.

Aí entra outra parte do trabalho: identificar menções positivas ou negativas sobre um candidato pode não ser uma tarefa tão objetiva. Para garantir a imparcialidade do sistema, uma equipe é sorteada para selecionar as informações. “Temos um processo estatístico de validação cruzada par aavaliar isso”, explica o professor. A mesma avaliação é feita por grupos diferentes. Para acompanhar o trabalho – e palpitar – há um botão de ‘concordo’ e ‘discordo’ sobre as avaliações.

Publicidade

O sistema, hoje, é usado para as eleições, mas pode ser adaptado para outras áreas. Começou com o acompanhamento do último Big Brother Brasil (só não foi ao ar porque ficou pronto quando o programa já estava na metade) e deve ser usado também para medir os ânimos dos brasileiros durante a Copa do Mundo.

Tudo Sobre
Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.