Onde o cyberpunk encontra a cultura livre

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Por Rafael Cabral
Atualização:

O diretor britânico Ridley Scott decidiu licenciar uma série de curtas baseada no seu mais cultuado filme, Blade Runner, em Creative Commons. Publicada originalmente em dezembro de 2002, a licença – que é voluntária – é baseada na ideia de Cultura Livre, do advogado Lawrence Lessig, e tem como objetivo facilitar o compartilhamento e recombinação de obras.

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Recentemente, Scott anunciou que uma nova divisão de sua produtora, a RSA Films, começava a trabalhar nos capítulos de uma série chamada Purefold. Veiculados inicialmente na web, mas com planos de chegar até a televisão, os curtas se passam em um tempo anterior à Los Angeles de 2019 do filme protagonizado por Harrison Ford.

Na obra original, de 1982, são criados seres chamados ‘replicantes’, exatamente iguais aos humanos, para que colônias extra-terrenas possam ser povoadas. Esses andróides, usados em trabalhos pesados, viviam menos que os homens normais, não passando de quatro anos. Mas, claro, queriam viver tanto quanto – e o problema todo começa quando eles decidem voltar para a Terra, reinvindicando isso.

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A produção foi indicada para o Oscar do ano seguinte em duas categorias, Direção de Arte e Efeitos Especiais. Mas, mais do que isso, tornou-se um marco do cyberpunk, o gênero que mistura a atsmofera noir, pós-modernismo e alta tecnologia.

Tentando responder a uma pergunta nada simples (“O que significa ser humano?”), Purefold se inspira em uma temática semelhante, mas não usará os mesmos personagens nem situações do primeiro filme. Por quê? Ironia pura: está tudo “protegido” pelo copyright da obra que inspirou Blade Runner, “Do Androids Dream of Electric Sheep”, de Phillip K. Dick.

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