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ONG denuncia 'inimigos da internet'

'Repórteres sem Fronteiras' divulga empresas parceiras do monitoramento de usuários e países com forte censura online

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Por Anna Carolina Papp
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‘Repórteres sem Fronteiras’ divulga empresas parceiras do monitoramento de usuários e países com forte censura online 

SÃO PAULO-Nesta terça-feira, 12, a Repórteres Sem Fronteiras (RSF),  ONG que defende a liberdade de imprensa, divulgou um relatório em que denuncia cinco empresas cuja tecnologia estaria sendo usada para monitorar usuários pelo mundo e cinco países onde há mais censura na internet.

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De acordo com a entidade, governos autoritários têm comprado serviços de vigilância oferecidos por empresas privadas, utilizando a tecnologia para interceptar e controlar dissidentes, espionar jornalistas e violar direitos humanos.

O relatório de 2013 apresenta cinco empresas sob o status de “inimigos da internet”, publicado por ocasião do Dia Mundial contra a Censura Cibernética:Gamma (Grã-Bretanha), Trovicor (Alemanha), Hacking Team (Itália), Amesys (França) e Blue Coat (Estados Unidos).

“Se essas empresas decidem vender a regimes autoritários, deviam saber que seus produtos poderiam ser usados para espionar jornalistas, dissidentes e ativistas digitais”, disse a RSF. De acordo com a ONG, hoje há 180 ativistas digitais presos no mundo por divulgar notícias e informação online.

Foi a primeira vez que a organização localizada em Paris divulgou empresas em seu relatório a respeito de vigilância. Além delas, apresentou, como de costume, a lista dos países mais repressores em relação à censura na internet. Neste ano, os cinco países denunciados foram Cuba, China, Síria, Bahrein e Vietnã.

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“A vigilância nesses países mira em dissidentes e tem crescido nos últimos meses. Ataques online e invasões, incluindo o uso de malware contra dissidentes e suas redes, estão em ascensão”, afirma a entidade. Saíram da lista Cuba, Coreia do Norte e Uzbequistão, que tinham aparecido no relatório de 2012.

“Regimes que buscam controlar a mídia e a informação têm preferido agir de forma cada vez mais discreta. Em vez de recorrer ao bloqueio de conteúdo, que gera má publicidade e é logo contornado, eles preferem formas sutis de censura e vigilância que seus alvos muitas vezes desconhecem”, afirmou Christophe Deloire, secretário-geral da RSF. “A vigilância online tem se tornado cada vez mais perigosa para jornalistas, blogueiros e defensores dos direitos humanos.”

No site, é possível encontrar um relatório detalhado sobre cada empresa e cada país denunciado, além de uma retrospectiva sobre os principais acontecimentos envolvendo vigilância e censura na internet em 2012 e no primeiro bimestre de 2013.

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