ONU acusada de querer controlar a internet

Documentos vazados sugerem cobrança de taxa de provedores de contéudo como Google e Facebook

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Por Redação Link
Atualização:

Documentos vazados sugerem cobrança de taxa de provedores de contéudo como Google e Facebook

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SÃO PAULO – Documentos vazados da União Internacional de Telecomunicações (ITU), órgão da ONU, sugerem que a entidade pode estar querendo exercer um controle maior sobre a internet, esvaziando o poder da autoridade atual, a ICANN.

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Segundo os papeis, o órgão estaria considerando taxar serviços com muito conteúdo como Facebook, Google, Apple e Netflix pela banda usada fora dos EUA. O assunto seria pauta da conferência mundial em telecomunicações internacionais (WCIT), marcada para dezembro, em Dubai.

Apoiando a medida, estariam algumas das maiores operadoras de celular da Europa. Para elas, sites como o Google deveriam arcar com parte do custo de levar seus serviços a clientes mundo afora. Conforme matéria da Bloomberg de dezembro, empresas como France Telecom, Telecom Italia e Vodafone Group querem que “fornecedores de conteúdo paguem taxas ligadas ao uso”.

O vice-presidente da Cisco, Robert Pepper, defendeu que uma cobrança assim poderia levar os serviços de internet a bloquearem demandas de países em desenvolvimento, “efetivamente cortando-os da internet”.

Os documentos vazados (Nº1, Nº2) reforçam alertas anteriores soados pelo governo Obama e por congressistas republicanos sobre negociações secretas do órgão da ONU. A preocupação é que se imponha uma reestruturação da internet que permita mais monitoramento e restrição da atividade dos usuários.

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Sally Shipman, gerente de políticas públicas da Internet Society, disse que a movimentação “é extremamente preocupante e pode criar uma quantidade enorme de incerteza legal e comercial.”

O secretário-geral da ITU, Hamadoun Toure, negou que o encontro em Dubai será “centrado na ITU, ou nas Nações Unidas tentando obter o controle da internet”. No começo do ano, ele disse que esse tipo de acusação visa obscurecer o debate e que esse tipo de acusação é “simplesmente ridícula”.

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