“Esta revelação é um ataque à comunidade internacional”. Foi assim que a Secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, definiu o vazamento de 250 mil documentos do Departamento de Estado norte-americano pelo Wikileaks.
O vazamento foi definido como o “11 de setembro da diplomacia” pelo o chanceler italiano Franco Frattini. Nos documentos há críticas a países com relacionamento delicado com os EUA, como Afeganistão, e a governos aliados como Reino Unido e Alemanha. E o Brasil.
Os documentos tratam de assuntos variados. Revelam uma aquisição global de equipamentos de guerra — armamentos da Turquia, componentes de mísseis da Alemanha, entre outros. Eles ainda divulgam como os diplomatas norte-americanos veem os líders mundiais.
Um deles ainda confirma que a China foi a responsável pelo ataque ao Google no início do ano. Ele mostra que uma fonte chinesa confirmou que a alta cúpula do governo foi a responsável pela invasão aos servidores do Google. Segundo o documento, o ataque ao Google foi parte de uma campanha coordenada de sabotagem computacional liderada por funcionários do governo chinês, especialistas em segurança e crackers contratados pela China.
Depois do megavazamento, Wikileaks foi hackeado, o que gera suspeitas. Por enquanto, o suposto autor é Jester (@th3j35t3r), que se autodenomina “hackativista (hacker ativista) do bem”.
Jester diz que tirou o Wikileaks do ar porque o site colocou a vida das tropas em perigo e prejudicou as relações internacionais. Em seu perfil no Twitter, ele divulga todos os outros sites que tirou do ar — a maioria deles foi suspenso por “incentivar a cooptação de jovens muçulmanos”.
O Wikileaks, porém, voltou ao ar. No Twitter do site, eles divulgam a ameaça de Hillary Clinton de tomar “medidas agressivas” contra eles, e ainda aproveitam para pedir a ajuda do público.
Hillary está preocupada. Ela segue em breve para uma viagem a quatro países da Ásia e Golfo Pérsico.
E a história, parece, está apenas começando.