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Pandemia faz vendas de celulares caírem 8,7% no primeiro trimestre de 2020

Pesquisa mostra o impacto da pandemia de coronavírus pode ser visto no mercado de celulares, que ainda espera uma queda maior para o restante do ano

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Por Bruna Arimathea
Atualização:
No primeiro trimestre, foram comercializados 10,4 milhões de celulares, 8,7% a menos do que no mesmo período do ano passado Foto: Nilton Fukuda/Estadão

O mercado de celulares no Brasil registrou queda no primeiro semestre causada pela pandemia de coronavírus, afirmou uma pesquisa conduzida pela consultoria IDC. Segundo o estudo, foram comercializados 10,4 milhões de celulares, 8,7% a menos do que no mesmo período do ano passado, enquanto o mercado cinza — de produtos piratas — viu um crescimento de 135% em relação ao primeiro trimestre de 2019.

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No total de consumo do primeiro trimestre, 9,8 milhões foram smartphones, queda de 7,8%, e 544 mil foram feature phones — aqueles celulares mais simples, com botões físicos — , retração de 22,4% em relação ao primeiro trimestre de 2019. Na crise, os brasileiros também optaram por adquirir celulares mais baratos. Os mais vendidos — cerca de 5,1 milhões unidades — foram os chamados intermediários premium, com preço entre R$ 1 mil e R$ 2 mil. Mas, mesmo esses, também chegaram mais caros na prateleira em relação ao ano passado, por conta da alta do dólar.

"Os fabricantes que não dependem de componentes fabricados na China não foram tão afetados com o lockdown em Wuhan, epicentro da doença, e equilibraram melhor o seu estoque. Já aqueles que possuem uma dependência maior dos componentes produzidos na China, foram impactados e os efeitos chegaram ao varejo", afirma Renato Meireles, analista da IDC.

O mercado cinza, porém, teve números expressivos de crescimento durante a pandemia. Segundo a pesquisa, o aumento nas vendas foi de 135%, comparado ao mesmo período do ano passado, com cerca de 1,1 milhão de aparelhos comercializados, com celulares até 10% mais baratos do que no varejo.

"O maior movimento foi em janeiro, consequência dos lançamentos mundiais ofertados também no mercado paralelo. Nos meses seguintes, com o fechamento das fábricas chinesas, houve queda no abastecimento e nas vendas", explica Meireles.

Para o segundo trimestre, as expectativas não ficam muito diferentes do que já foi observado durante o ano. De acordo com a IDC, é esperada uma queda de 32% nas vendas, em relação ao ano passado, resultado do fechamento de lojas por conta da quarentena obrigatória. 

*É estagiária, sob supervisão do repórter Bruno Romani 

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