Piratas na Nasdaq?

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Por Tatiana Mello Dias
Atualização:

Depois de anos operando no submundo, burlando regras, infringindo direitos autorais e tirando sarro dos defensores do copyright, o futuro do The Pirate Bay pode ser… na Nasdaq, a bolsa de valores de tecnologia dos EUA.

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O site foi vendido em 30 de junho por US$ 7,7 milhões para a Global Gaming Factory (GGF), uma rede sueca de lan houses e cyber cafés. Desde então, especula-se o que acontecerá com ele – e com os cerca de 20 milhões de usuários que o utilizam para baixar músicas, filmes e softwares.

No dia da venda, o Pirate Bay divulgou um comunicado avisando que seriam vendidas ações do site. Ontem, o TorrentFreak confirmou com Hans Pandeya, CEO da GGF, que o Pirate Bay será mesmo listado na Nasdaq.

Segundo ele, a maioria dos usuários do site são americanos – por isso, a presença de ações na Nasdaq facilitaria para que as pessoas pudessem comprá-las. “O The Pirate Bay é uma marca forte nos EUA”, justificou Pandeya. Ele disse ainda que estuda sair da Suécia e mudar as operações definitivamente para os Estados Unidos.

Hoje, o CEO da GGF informou que a empresa está próxima a fechar o primeiro acordo com uma gravadora. “Nós estamos quase finalizando o contrato com uma delas”, disse Pendaya à AFP. Ele não especificou qual gravadora era, mas disse que é uma das “quatro grandes”: Universal Music, Sony Music, Warner Music ou EMI.

Leia também:Pirate Bay é vendido por US$ 7,7 milhões “Ajudaria a criar um PirateBay brasileiro” ‘Não serei preso. Venceremos no final’Pirate Bay: a reação das ‘majors’

O futuro, porém, continua nebuloso. Afinal, se o conteúdo do Pirate Bay ficar restrito a uma ou duas gravadoras, é fácil para o usuário usar qualquer outro site de torrent – mesmo que pirata – para conseguir o arquivo que procura.

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Por outro lado, se o Pirate Bay continuar abrigando arquivos que infringem os direitos autorais, será difícil conseguir um apoio de qualquer empresa musical, de cinema ou software – é o que o TorrentFreak chama de “dilema pirata”.

Um dos modelos de negócio poderia ser a cobrança de uma mensalidade ou anuidade dos usuários, mas nada foi confirmado.

Ontem, o sueco Peter Sunde, um dos fundadores do Pirate Bay, tirou definitivamente seu corpo da jogada. Ele anunciou em seu blog que não responde mais pelo site. No mesmo dia, Hans Pandeya deslizou pelas questões do TorrentFreak e não respondeu exatamente quais seriam as mudanças no serviço de compartilhamento de arquivos. “A maioria dos usuários não perceberá nenhuma mudança”, garantiu. Será?

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