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Por que a Xiaomi pode mudar o mercado de celulares no Brasil?

Terceira maior vendedora de celulares no mundo, a fabricante chinesa anunciou a chegada ao Brasil, podendo alterar a lógica do mercado de smartphones

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Por Matheus Mans
Atualização:

REUTERS

 

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Ontem, a fabricante chinesa Xiaomi anunciou a data de sua chegada ao Brasil. Esperada desde o ano passado, quando anunciou que investiria no País, a empresa já está com o site no ar, convidando fãs e apreciadores de tecnologia a participar do lançamento em São Paulo no dia 30 de junho, às 11h. O que significa para o mercado de celulares no Brasil com a chegada dessa empresa, ainda pouco conhecida por aqui?

A Xiaomi é chamada por muita gente de a “Apple chinesa”. Fundada em 2010, ela vem crescendo tremendamente no mercado internacional de smartphones — mesmo atuando nesse segmento apenas em países asiáticos. No ano passado, a jovem empresa se tornou a terceira maior fabricante do mundo, com um aumento de 211% no volume de celulares vendidos. Ela permanece atrás de Samsung e Apple, respectivamente, mas já ultrapassou concorrentes como Lenovo e LG. Veja o gráfico abaixo.

O diferencial da marca — e que pode chamar a atenção dos consumidores no Brasil — é a semelhança com os produtos da Apple. Além do design, que utiliza bordas arredondadas e botão central, a empresa chinesa lança poucos produtos por ano, realizando então uma forte divulgação para cada modelo. A relação com os clientes — e fãs — também é parecida com a norte-americana. Os eventos de lançamentos têm um quê de espetáculo, com direito a milhares de pessoas berrando e chorando de emoção. O CEO da empresa, Lei Jun, já chegou a aparecer vestido com blusa preta de gola alta, tal qual Steve Jobs.

Mas, principalmente, o custo-benefício do aparelho deve despertar a curiosidade nos brasileiros. Já conhecidos no exterior por essa característica, o valor dos aparelhos deve se manter estável no País. O brasileiro Hugo Barra — líder da expansão mundial da Xiaomi — revelou que os smartphones deverão ser fabricados no Brasil graças a parcerias com empresas locais. Assim, o valor dos impostos não influenciarão tanto no valor final dos produtos.

Um exemplo: o Redmi Note 4G, que foi homologado recentemente pela Anatel. Ele possui  hardware Snapdragon 400, com 1,6 GHz e 2 GB RAM. A tela LCD possui 5,5 polegadas — um recorde — com resolução de 1280p. E as câmeras ficam com 13 e 5 MP, além de possibilitar gravação em Full HD. Tudo isso com o sistema Android 4.4.E o preço, numa conversão direta de yuan para real, seria de R$ 500, numa versão de 8 GB. Um valor abaixo de outros smartphones com especificações parecidas.

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A única dificuldade deve ser a aceitação com a marca. A cultura do brasileiro tende a relacionar produtos chineses com má qualidade ou tempo de durabilidade reduzido. Assim, a fabricante precisará mostrar qualidade . A exclusividade de vendas pela internet — adotada na China e Índia — também pode causar estranhamento, já que o brasileiro gosta de ir em lojas e ver o celular presencialmente.

Caso a Xiaomi consiga romper tais barreiras, ela pode conseguir entrar no difícil e competitivo mercado brasileiro. Atualmente, as vendas de smartphones concentram 95% das vendas nas marcas tradicionais: Nokia, LG, Apple, Samsung, Motorola e Sony. Será necessário alterar a lógica própria do mercado e se inserir dentre as principais representantes de celulares.

E vale lembrar que o segmento de smartphones não é o único a contar com produtos Xiaomi. Câmeras, TV e pulseira inteligente, relógio, purificador de ar e tablet são alguns dos outros produtos fabricados pela empresa chinesa, mas ainda sem previsão de chegada ao Brasil.

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