Porto Digital terá aceleradora de startups

Jump Brasil, parceria entre Grupo Jereissati e instituto Talento Brasil, começa a operar no Recife em 2014

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Por Ligia Aguilhar
Atualização:

Jump Brasil, parceria entre Grupo Jereissati e instituto Talento Brasil, começa a operar em 2014 e investirá R$ 35 milhões em 5 anos

Expansão. Para Saboya, aceleradora facilitará o acesso de empresas do polo digital do Recife a recursos financeiros  

SÃO PAULO - O Porto Digital, parque tecnológico do Recife (PE), começa a operar no início de 2014 sua própria aceleradora de startups. A Jump Brasil foi desenvolvida em parceria com o Grupo Jereissati, dono de participações em empresas como o Iguatemi Shopping, e o Instituto Talento Brasil, criado por um grupo de empresários para fazer projetos de desenvolvimento para o País. Nos próximos cinco anos serão investidos R$ 35 milhões na estrutura da aceleradora e compra de participação acionária nas startups selecionadas.

 

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Na próxima segunda-feira, será feito o anúncio oficial da Jump Brasil, que terá seu primeiro edital lançado em janeiro, com a primeira turma de aceleração prevista para começar até abril. O projeto era previsto inicialmente para o começo deste ano, mas atrasou para sair do papel por causa de dificuldades com a documentação do imóvel que vai abrigar o empreendimento, dentro do Porto Digital.

O primeiro edital selecionará cinco empresas para participarem do processo de aceleração, que vai durar cerca de quatro meses. Cada uma receberá um aporte inicial entre R$ 35 mil e R$ 50 mil em troca de participação da aceleradora no negócio. Essas empresas também receberão apoio para gestão e desenvolvimento do negócio. Após a turma inicial de teste, a meta é acelerar dois grupos de dez startups por ano.

Francisco Saboya, presidente do Porto Digital, parque tecnológico que reúne 230 empresas com faturamento anual de cerca de R$ 1 bilhão, diz que a Jump Brasil vai colaborar para diminuir a dificuldade de acesso a recursos das empresas do polo. “Nós precisamos dessa conexão, porque a indústria de capital de risco para startups de tecnologia é recente e está concentrada na região Sudeste. A Jump Brasil será a primeira aceleradora do estado”, diz.

As aceleradoras de empresas se consolidaram no Brasil nos últimos dois anos, junto com o crescimento do número de startups que seguem o modelo das empresas de garagem, promovido pelo Vale do Silício desde o final da década de 1970, e que deu origem a grandes negócios como Google e Apple. Em troca de participação acionária, as aceleradoras oferecem apoio para tornar o negócio escalonável no menor tempo possível.

Seleção. A diferença da Jump Brasil para outras aceleradoras é não ter caráter totalmente privado, já que o Porto Digital é uma instituição sem fins lucrativos. “Ficamos no meio termo, porque temos a participação do Estado e da Universidade de Pernambuco”, diz o presidente do Instituto Talento Brasil, Antônio Machado. “Nossa intenção é promover de fato um núcleo de desenvolvimento de empresas no Nordeste”, explica.

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Poderão participar do processo seletivo da Jump Brasil startups de qualquer região do País. Os critérios de seleção serão especificados no edital a ser lançado no ano que vem, mas o principal foco será em negócios com alto potencial de crescimento no curto espaço de tempo. “Acreditamos que a mistura de perfis diferentes de pessoas e negócios tem efeito estimulante”, diz Saboya.

Após a consolidação do negócio, a meta é criar filiais da Jump Brasil em pelo menos mais dois estados do Nordeste. Os envolvidos não descartam também participar do processo de seleção de aceleradoras do programa Start-Up Brasil, lançado este ano pelo governo federal para oferecer apoio financeiro e estratégico para startups.

No edital lançado este ano, o Start-Up Brasil selecionou nove aceleradoras, todas com sede no sudeste do País, o que reflete a escassez de instituições com esse perfil fora do eixo Rio-São Paulo. “O investidor brasileiro ainda é bastante conservador e só recentemente tem experimentado investimento em negócios de risco, como empresas de tecnologia. Queremos mitigar esse problema”, diz Saboya.

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