Poucos amigos
Novas redes sociais ainda têm baixa ocupação; é comum encontrar perfis sem publicação, abertos só para ‘marcar território’
10/03/2013 | 13h43
Por Vinicius Felix - O Estado de S. Paulo
Novas redes sociais ainda têm baixa ocupação; é comum encontrar perfis sem publicação, abertos só para ‘marcar território’
SÃO PAULO – Não há dúvida: são os usuários que fazem uma rede social funcionar. Por exemplo, um estudo do Instituto Federal Suíço de Tecnologia para detectar as razões do declínio de redes sociais concluiu que usuários com muitos amigos podem ajudar a salvar um serviço porque criam elos fortes e evitam evasão em série das pessoas.
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No Vine, por enquanto, você pode até encontrar amigos, mas muitas contas estarão paradas. Sinais do começo. O consultor de comunicação em mídias digitais Alexandre Inagaki, por exemplo, entrou só para garantir seu nome. “Não fiz isso quando o Instagram foi lançado, e o resultado é que o instagram.com/inagaki ficou nas mãos de algum parente desconhecido no Japão”, diz.
Inagaki considera que profissionais da área digital são impelidos a criar um perfil em uma rede nova com potencial logo que ela é lançada.Não por compulsão, mas por necessidade profissional. “Se você é um blogueiro ou webcelebridade, acaba precisando criar perfil a fim de garantir que o domínio seja seu”, diz. Sem postar nada ele já tem 188 seguidores no Vine.
Por enquanto, quem chama atenção no Vine são usuários estrangeiros. A jornalista Elizabeth Holmes, do Wall Street Journal, deu o maior exemplo do que pode ser uma cobertura jornalística com o Vine durante a semana de moda em Nova York. Ela publicou resumos dos desfiles e publicou vídeos dos bastidores.
“Para cobrir desfiles, o Vine é ótimo porque você pode saber o que está acontecendo nesse segundo em Paris da sua casa, com movimento e a cor real, ouvindo a trilha como se estivesse lá”, diz Jana Rosa, ex-VJ da MTV que já trabalhou na cobertura de eventos de moda e é entusiasta do Vine. “Obriguei todos os meus amigos a terem também.”
Outra jornalista, Dawn Siff fez seu currículo por meio do Vine. Utilizando recurso visuais ela faz um resumo do seu perfil: “Máquina de ideias Dawn Sift. Jornalista. Estrategista. Gerente. Jedi em Deadline”. “Vim do rádio e me orgulho do fato que sei explicar uma história complicada em 60 segundos. O limite imposto pelo app abre mais possibilidades criativas”, diz a jornalista, que admite ter conseguido bons contatos com a ideia.
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A ideia mais absurda veio da produtora Oscilloscope Laboratories, que utilizou o Vine para reproduzir na íntegra o filme It’s A Disaster, de 88 minutos. Antes do lançamento, Bruce Farnsworth, representante da produtora, afirmou que ali estava o futuro da distribuição de filmes. Porém com imagens péssimas, áudio ruim e uma bronca pelo excesso de postagens, o plano fracassou. No dia seguinte, a Oscilloscope assumiu a falha. “Fizemos isso por diversão e publicidade, e funcionou nesse aspecto. Não acho que gostaria de assistir a um filme em trechos de 6 segundos”, afirma Todd Berger, diretor de It’s A Disaster.
No Pheed a situação é ainda mais solitária no momento. Mas o skatista e blogueiro Sidney Arakaki gostou disso. “Decidi que seria um lugar perfeito para começar a praticar meu inglês, porque apesar de ter seguidores de outros países no Instagram, Twitter, Facebook, não gosto de escrever sem ser em português, acho muito brega”, diz. Arakaki migrou para o Pheed acompanhando o êxodo de muitos usuários que abandonaram o Instagram depois de o app anunciar novos termos de uso polêmicos.
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