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Principal congresso global de celulares começa nesta segunda

Evento será marcado pela falta do lançamento do Galaxy S8 e deve ditar tendências em dispositivos e telecomunicações

Por Bruno Capelas
Atualização:
Cena de Zuckerberg caminhando em 'realidade paralela' marcou a feira em 2016 Foto:

Realizado desde 1987, o Mobile World Congress se consagrou como o principal evento do ano para discutir dispositivos móveis e telecomunicações, além de aplicativos e serviços. Nos últimos anos, no entanto, a feira, que acontece em Barcelona, passou a chamar a atenção do público por outra razão: ser o palco para a Samsung anunciar suas maiores novidades em smartphones, com lançamentos da linha Galaxy S.

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O smartphone da Samsung é o principal modelo com sistema operacional Android, do Google. Em Barcelona, ele é o maior adversário de empresas como LG, Sony e Xiaomi, que sempre estão presentes em no evento na Espanha.

Na feira deste ano, realizada entre amanhã e sexta-feira, as coisas serão diferentes: após os problemas com a bateria do smartphone Galaxy Note 7 no fim de 2016, a empresa decidiu atrasar o anúncio do Galaxy S8 para 29 de março, em um evento em Nova York. Para especialistas, a ausência do S8 deixa um vácuo na feira – que outras marcas estão prontas para ocupar. 

"A Huawei tem espaço para fazer barulho com novos produtos. Além disso, há a finlandesa HMD, que vai trazer novos celulares rodando no sistema Android, mas com a marca da antiga Nokia”, diz Annette Zimmermann, diretora de pesquisas da consultoria Gartner. Outro retorno do passado será da BlackBerry, cuja marca será aproveitada pela chinesa TCL. 

Já de acordo com o professor Eduardo Pellanda, da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), pode ser a chance para a sul-coreana LG voltar a ter força no mercado, depois que o LG G5 não caiu no gosto do público. 

“O que eu já vi do LG G6, que deve ser anunciado na feira, é interessante: um aparelho no qual toda a parte da frente do telefone é tela, não tem área inútil”, diz. Quem também deve se destacar é a Lenovo, que pode mostrar o Moto G de quinta geração, novo modelo de sua linha de bom custo-benefício.

Tendências. Há, no entanto, quem acredite que as principais inovações da feira não estarão nos smartphones. “Os componentes que estão nos smartphones também estão em vestíveis, carros conectados e outros aparelhos. Mais do que dispositivos, será interessante prestar atenção nos serviços que vão ajudar os consumidores a encontrar valor nesses aparelhos”, diz Julie Ask, vice-presidente de pesquisas da consultoria Forrester.

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Assim, abre-se espaço para a discussão em setores como “internet das coisas” e 5G – nome dado à tecnologia de conectividade móvel de quinta geração, que pode ser até cem vezes mais veloz que o 4G, presente hoje em smartphones. “Além de ser veloz, o 5G deve ser eficiente e ter bom tempo de resposta entre dispositivos. Se 2017 não for o ano dele na feira, com certeza 2018 será”, aposta Pellanda, da PUC-RS. 

O Brasil deve fazer sua parte nesse sentido: espera-se que, em Barcelona, o governo lance a primeira etapa do Plano Nacional de internet das coisas, projeto que tenta alavancar o segmento no País.

Outra área que pode aparecer com destaque na Mobile World Congress é a de assistentes pessoais, disputada por empresas como Amazon (Alexa), Apple (Siri), Google (Assistant) e Microsoft (Cortana).

Há um mês, na feira de tecnologia CES, em Las Vegas, a Amazon dominou o evento com a Alexa, embarcada em dispositivos da Lenovo e celulares da Huawei. “Vamos ouvir novidades dos rivais da Amazon agora. Assistentes pessoais são o grande tema deste ano”, diz Annette, da Gartner.

Destaque em Barcelona em 2016, a realidade virtual deve voltar com menos força este ano. “Vamos ter novos óculos e câmeras, mas ainda falta dar utilidade à tecnologia”, diz Pellanda, da PUC-RS. 

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