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Procon multa Google e Apple por app que 'envelhece' rostos

Empresas teriam violado o Código de Defesa do Consumidor ao disponibilizarem app com Termos de Uso e Política de Privacidade apenas em inglês

30/08/2019 | 12h12

  •      

 Por Bruno Romani - O Estado de S. Paulo

FaceApp rendeu multa ao Google e à Apple 

FaceApp/Divulgação

FaceApp rendeu multa ao Google e à Apple 

Leia mais

  • Além de envelhecer, FaceApp embranquece rostos negros
  • FaceApp cria polêmica nos EUA
  • FaceApp tenta explicar questões de privacidade, mas confunde usuário

A  Fundação Procon-SP aplicou uma multa a Google e Apple por conta do FaceApp, aplicativo de 'envelhecimento' que virou febre na internet brasileira em julho. Segundo o Procon, as empresas desrespeitaram o Código de Defesa do Consumidor (CDC) ao disponibilizar em suas lojas para celular um app que não tem “Política de Privacidade” e “Termos de Uso” em português. 

O app, de origem russa, tem os contratos escritos apenas em inglês. Segundo o Procon, informação adequada, clara e em língua portuguesa é um direito básico do consumidor. O Google recebeu a multa mais pesada: R$ 9,9 milhões, valor máximo estipulado pelo CDC. A pena da Apple foi de R$ 7,7 milhões. As diferenças nos valores, segundo a fundação, refletem a diferença de receita das companhias no País. 

Caso os contratos estivessem em português, os usuários ficariam sabendo, como mostrou o Estado, que o FaceApp entrega dados a anunciantes, além de se dar o direito de transferir os dados para países que não tenham as mesmas leis de proteção de dados que o Brasil. Fernando Capez, diretor-executivo da Fundação Procon-SP, disse à reportagem que notificou por e-mail o Wireless Lab, empresa dona do FaceApp, mas não teve resposta. A Wireless Lab não tem representação oficial no Brasil. 

"O FaceApp está fora do alcance da Justiça Brasileira, fora do alcance dos órgãos de fiscalização. É pratimente uma empresa fantasma. Por isso Google e Apple sofreram essa ação", disse Capez. 

Em julho, o Procon notificou Google e Apple sobre as violações do FaceApp. A expectativa era de que, ao tomar ciência das violações, as gigantes retirassem o app de suas lojas, o Google Play e a App Store, o que não aconteceu.

No entendimento das empresas, elas cumprem a legislação local: os termos de uso e política de privacidade de suas lojas, e até a descrição dos apps oferecidos por terceiros, está em português. Além disso, as lojas virtuais seriam uma plataforma para intermediar o acesso do usuário a produtos ofertados na maioria das vezes por desenvolvedores independentes.  Google e Apple, portanto, não teriam responsabilidade pelos contratos feitos entre os usuários e terceiros. Os responsáveis por violações do CDC seriam dos próprios desenvolvedores.

A explicação não agradou o Procon, que pensa que as gigantes se tornam responsáveis por apps que não têm representação local. 

"Essa ação abre um precente e uma discussão internacional. Quando você toma ciência de uma oferta abusiva, a atitude correta é retirar o aplicativo", diz Capez. 

Em nota, o Google disse: "Seguindo a filosofia do sistema operacional Android, o Google Play é uma loja virtual aberta na qual o próprio Google e terceiros podem disponibilizar aplicativos e jogos, que podem ser baixados por usuários para serem utilizados em seus celulares. O Marco Civil da Internet e o próprio Código de Defesa do Consumidor dispõem que as lojas virtuais não devem ser responsabilizadas pelas práticas e políticas de aplicativos de terceiros, por isso, tomaremos as medidas necessárias para questionar a multa imposta pelo Procon." A Apple não quis comentar. 

As duas companhias poderão recorrer à decisão em duas instâncias administrativas do Procon, além de poder recorrer judicialmente. Caso optem por pagar, terão desconto de 30% caso o pagamento seja realizado à vista. 

Rigor contra gigantes de tecnologia 

Neste ano, as empresas de tecnologia estão sofrendo com a postura mais rigorosa dos órgãos de proteção ao consumidor. Neste mês, a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), ligada ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, notificou Facebook e Google em casos diferentes. Na época, Luciano Timm,  Secretário Nacional do Consumidor, disse ao Estado que abordagem mais dura junto a empresas de tecnologia faz parte também do interesse do governo brasileiro de ingressar na OCDE. "Existe uma conexão absoluta entre os fatos. Já fizemos o pedido para aderir a todo o normativo de defesa do consumidor". 

Após as multas relacionada ao caso FaceApp, Fernando Capez disse que o Procon está alinhado com a postura linha dura da Senacon. "Atuamos em total sintonia, portanto o tratamento é mais duro. Essas empresas investem pouco no Brasil, têm sede local com poucos funcionários e estão entre as cinco mais ricas do mundo.  O tratamento será mais rigoroso nos termos da lei", diz. 

Google responde

Após a publicação da reportagem, o Google entrou em contato com a reportagem para responder a frase acima do diretor-executivo da Fundação Procon-SP. Segundo a empresa, ela tem quase 1000 funcionários no Brasil. Além disso, a companhia afirma que suas ferramentas de busca e de publicidade ajudaram a gerar um impacto econômico de R$ 41 bilhões para mais de 60 mil empresas brasileiras, publishers e organizações sem fins lucrativos.

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