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Projeto da Darpa vai estudar cérebro de cães

Agência de pesquisa do exército norte-americano quer detectar os melhores combatentes com ressonância magnética

Por Tatiana Mello Dias
Atualização:

Agência de pesquisa do exército americano quer detectar os melhores combatentes com ressonância magnética

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SÃO PAULO – Cães são soldados exemplares. Eles detectam bombas e drogas e ajudam no resgate de pessoas. Mas não é qualquer cão que serve para o serviço militar. Na verdade, são poucos — e o exército dos EUA quer escanear os cérebros dos cachorros para recrutar só os melhores exemplares da espécie.

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A Darpa, agência de pesquisas avançadas em Defesa do Pentágono, quer investir em um novo projeto que usa a ressonância magnética para selecionar os melhores cães de serviço. O projeto de pesquisa foi chamado de “Imagem funcional para desenvolver excelentes cães de serviço” (Fidos, na sigla em inglês).

 Foto: Estadão

A Darpa, vale lembrar, foi a agência que financiou projetos fundamentais na ciência — como a própria internet, ainda nos anos 1960, e os primeiros projetos espaciais dos EUA, antes da Nasa.

O projeto dos cães quer usar a ressonância magnética para acompanhar a resposta dos neurônios em tempo real e, com isso, otimizar o adestramento dos cães. Hoje o treino dos cães de trabalho do exército americano, de disciplina e recompensa, custa US$ 20 mil.

No ano passado, o neurocientista Greg Berns e sua equipe colocaram cães sentados em uma máquina de ressonância magnética para analisar como eles reagiam ao receber comida como recompensa. Os pesquisadores descobriram uma atividade aumentada na área cerebral associada ao neurotransmissor dopamina quando os cães recebiam o petisco. O estudo concluiu que a atividade foi decorrente de uma associação treinada à comida, porém é possível que um componente social da recompensa também tivesse contribuído para a reação cerebral dos cães. Não é novidade que os cães se sintam bem quando são recompensados. A novidade é que pela primeira vez essa atividade cerebral foi observada.

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A Darpa acredita que é possível analisar o cérebro dos cães para observar a reação deles ao adestramento. O palpite é que os cães que têm uma atividade neural mais intensa na área correspondente responderiam mais rápido ao adestramento. O programa de treino poderia ser adaptado conforme as respostas do cérebro do cão — e não apenas aos sinais que ele dá, como acontece no adestramento tradicional.

 Foto: Estadão

A técnica também poderia ser utilizada para detectar os cães super-sociais, que poderiam ser empregados em terapias que reabilitam os soldados que sofrem transtorno do estresse pós-traumático e outros problemas psicológicos e psiquiátricos decorrentes dos combates.

Pesquisas já comprovaram que os cães podem acompanhar o olhar do dono ou mesmo pegar seus bocejos — mais do que humanos estranhos –, o que prova que a mente canina pode compreender e interpretar as intenções de seus donos. A ressonância poderia ajudar a selecionar os cães que compreendem melhor essas intenções.

E para fazer os cães ficarem deitados e parados enquanto passam pela máquina de ressonância? Aí só o treinamento tradicional daria um jeito. Assim:

(fotos: US Army/Divulgação)

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