Quero consertar o que estraguei ao criar a Napster""

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Por Redação Link
Atualização:

Depoimento: Sean Parker

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“O que eu estou tentando fazer com o Spotify é terminar o que eu comecei com o Napster. O modelo de distribuição de música continua sem funcionar e eu tenho dedicado minha carreira a consertar o estrago que fiz. O modelo de distribuição de música precisa ser reinventado e, com ele, toda a indústria de conteúdo que foi afetada pelo mudança do meio digital. Acho que temos de criar um novo modelo e não acho que seja um só modelo que sirva para todo mundo – a resposta para editoras não é a mesma do rádio ou da música e é isso que torna tudo tão desafiador.

Contudo, a resposta definitiva para todas estas questões é admitir que a guerra contra a pirataria é um fracasso. Se você pegar os números, por exemplo: temos entre 4 trilhões e 10 trilhões de músicas baixadas de forma ilegal por ano, enquanto os downloads legais chegam a apenas 4 bilhões de canções por ano. O que realmente está acontecendo é que as pessoas estão descobrindo músicas novas com seus amigos e vão buscá-las nas edes de download ilegal ou trocam arquivos entre HDs ou redes fechadas.

O que nos leva à questão seguinte: o que as pessoas estão dispostas a pagar? E, para mim, a resposta é “conveniência e acessibilidade”. Isso nos leva a um modelo em que você tem streaming ilimitado grátis em seu desktop, mas o conteúdo está preso a um site ou a um servidor que só é acessado via desktop.

Não pode ser passado para um iPod, iPhone ou qualquer dispositivo móvel, mas por outro lado o streaming é ilimitado dentro daquele ambiente fechado. Mas aí você já ficou viciado – a música não sai da sua cabeça, você a vê nas playlists de seus amigos…

Você pode ter uma coleção de música que é centenas de vezes maior do que qualquer coisa que você jamais teve. E aí você não tem mais escolha, pegamos você pelo cangote – se você quiser aquele conteúdo no seu iPod você tem de pagar, se você quiser aquele conteúdo no seu iPhone tem de se tornar um assinante.

Esse é o gancho. É algo que a indústria da música está hesitante em fazer. Mas estão às vésperas de fazer isso. E isso mudará tudo.”

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* Durante o evento Innovators Summit, em outubro de 2010

—- Leia mais:Link no papel – 21/03/2011Quem tem medo da mudança?“Não vamos engavetar a reforma”Piratas à forçaEspecial: Atlas mundial da pirataria

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