Resoluções em alta

Tecnologia promete revolucionar compressão de imagens

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Por Redação
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Quando a única coisa que impede Jack Bauer de salvar o mundo é uma imagem corrompida de câmera de segurança, entram em ação os supercomputadores da CTU para retocar e corrigir aquela foto até que o departamento de segurança consiga identificar o suspeito. Ainda assim, toda vez que aquela sua tia manda umas fotos da família em tamanho minúsculo, nem com muito zoom você consegue ver a cara dos seus primos e avós.

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Mas essa era está chegando ao fim. Avanços recentes na tecnologia de reconstrução de imagens prometem transformar conjuntos de dados esburacados em amostras de alta resolução. A ciência por trás da revolução é assinada pela dupla de matemáticos Emmanuel Candès e Terry Tao. Juntos, Candès e Tao trabalham na área de Compressed Sensing – ou “Percepção Comprimida”, em tradução livre.

Compressed Sensing – ou CS – é a técnica descoberta por Candès quase por acaso, enquanto trabalhava em um algoritmo para correção de imagens em 2004. A fórmula preenchia espaços vazios em imagens corrompidas através de uma técnica matemática conhecida como Minimização em 1, e já nos primeiros testes os resultados eram surpreendentes.

Candès definiu a técnica dizendo que é “como se eu tivesse os três primeiros dígitos de uma conta bancária com dez dígitos, e a partir deles, eu fosse capaz de adivinhar os outros sete”. Seis anos e diversos prêmios depois, a tecnologia evoluiu a ponto de salvar vidas. Aplicada em aparelhos de tomografia e ressonância magnética, é capaz de reduzir o tempo e os riscos necessários para obtenção de resultados detalhados. E isso é só o começo.

A técnica de CS não se aplica apenas às imagens, e também pode ser usado na restauração de música (e áudios em geral), na astronomia, no preenchimento de espectros de rádio para melhorar uma transmissão, ou até para identificar atividade militar codificada.

Para o futuro, Candés acredita que em breve, ao tirar uma foto, estaremos armazenando apenas 20% da informação necessário – todo o resto seria completado pela tecnologia de CS.

Para se ter noção do impacto, é como se toda a tecnologia de compressão de imagens em JPEG fosse jogada no lixo: ao invés de desenvolvermos métodos mais eficientes para comprimir uma imagem bruta, estaríamos armazenando apenas parte dela, e utilizando métodos mais eficientes de descompressão.

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E assim, todo mundo vai poder brincar de Jack Bauer sem sair de casa.

(com informações da Wired)

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