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Robôs estão em guerra na Campus Party

Seletiva de torneio internacional de luta de robôs acontece na Campus Party com os oito melhores do Brasil

Por Murilo Roncolato
Atualização:

SÃO PAULO – A Campus Party virou palco de guerra. Mas nada entre humanos. O bicho pegou dentro de um ringue blindado montado na Open Campus, a área aberta ao público, onde robôs de pouco mais de 30 cm de altura, mas respeitáveis 55 kg, tentavam a todo custo nocautear o outro (veja uma luta no vídeo abaixo). Apesar de bem divertido de se ver, de brincadeira a batalha de robôs tem pouco. A RoboGames, chamada Olimpíada Mundial de Robótica, trata-se de uma disputa séria, disputada há quase 10 anos no Brasil e no exterior entre equipes inteiras de engenheiros e universitários que se dedicam em tempo integral durante seus anos na graduação.

À Campus, vieram oito equipes, algumas independentes e outras formadas exclusivamente por estudantes: Uai!rrior, Vingador, MasterBots e ODDBotz (todas da Universidade Federal de Itajubá, MG), PUC-Rio e RioBotz (ambas da PUC do Rio de Janeiro), Triton Robôs (SP) e PUCPR (da PUC do Paraná). As batalhas, que ocorrem todos os dias das 15h às 19h, são narradas pela dupla Jovem Nerd e segue com programação até este próximo sábado, 1º, quando acontecerá a final (entre 10h30 e 14h30). O vencedor leva R$ 10 mil para casa (em vale-presente da patrocinadora) e uma viagem para o Vale do Silício, berço das empresas de tecnologia nos EUA.

 

A segunda-feira foi dia de os juízes avaliarem as condições de cada robô. Entre outras regras, tinham que respeitar o peso máximo de 55 kg (trata-se da categoria peso médio). A equipe Vingador, chefiada por Kleber Santos, professor na Universidade de Itajubá, recebeu a notícia de que tinham 1 kg para completar e se animaram com a possibilidade de incluírem um lancha-chamas no seu projeto. Sim, um lancha-chamas. Mas a ideia de labaredas debaixo do teto do Parque Anhembi, mesmo que dentro de uma arena blindada, logo foi vetada pelos Bombeiros que fazem a segurança do local.

 

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Na terça, aconteceu a primeira rodada de lutas que definiram as chaves desta quarta. Entre os vencedores, que seguiram rumo à final está o robô General (UAI!rrior), que enfrentará o Firester (da Masterbots). Orion (Triton Robôs) encara Touro (Riobotz – PUC-Rio), apelidado de “Anderson Silva”, por ser tricampeão da RoboGames (2013, 2011 e 2007). Quem já foi derrotado segue lutando em outra chave. São eles o robô Maloney (PUC-Rio), que enfrenta o Exorcista (PUC-PR); e o Blockbreaker (Oddbotz), que encara o Kako Pro (Vingador). Touro e General, por exemplo, já foram campeão e vice-campeão do campeonato disputado nos Estados Unidos.

Quem organiza o campeonato no Brasil é a Robocore, chefiada por Paulo Lenz, que começou organizando as disputas e hoje também tem como negócio a venda de acessórios importados e de fabricação própria às equipes de robôs.

Bruna Lucarini, de 19 anos, está no quinto período de Engenharia Eletrônica. Inicialmente havia se inscrito em Controle e Automação, mas a partir do primeiro contato com as equipes de robôs, em seu primeiro semestre na UNIFEI, de Itajubá, mudou de área. “O que a gente aprende em sala, a gente aplica com os robôs. E tem muita coisa que aprendi nas guerras de robôs que nunca teria aprendido na sala de aula”, diz, afirmando ter de aplicar conhecimentos de elétrica, materiais, mas também software.

Débora Martins, de 21 anos, é veterana de Bruna e conta que as equipes normalmente se “reciclam” porque muitos são obrigados a largar os robôs para buscar estágio e se dedicar à última etapa do curso que, segundo ele, é mais pesado. Bruna confirma e diz ser comum passar suas férias – como é o caso, atualmente – envolvida com a construção e reforma dos robôs.

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