No Congresso dos EUA, Mark Zuckerberg disse repetidas vezes que os usuários podem baixar seus dados do Facebook. O que esses arquivos contém é revelador sobre como a empresa coleta informações.
Quando baixei uma cópia dos meus dados do Facebook na semana passada, não esperava ver muita coisa. Meu perfil é escasso, eu raramente publico algo no site e raramente clico em anúncios. Mas quando fui ver meu arquivo, foi como abrir a caixa de Pandora.
Com alguns cliques, fiquei sabendo que cerca de 500 anunciantes tinham minhas informações de contato, que podiam incluir meu endereço de e-mail, telefone número e nome completo. Alguns deles eram totalmente desconhecidos para mim: como a Bad Dad, uma loja de peças de motocicleta, e Space Jesus, uma banda de música eletrônica. O Facebook também tinha minha lista telefônica inteira, incluindo o número para ligar para a campainha do meu apartamento.
A rede social tinha até mantido um registro permanente das cerca de 100 pessoas que eu havia deletado da minha lista de amigos nos últimos 14 anos, incluindo minhas ex-namoradas. O Facebook sabia muito sobre mim – muito mais do que eu queria saber. Mas depois de olhar para a totalidade do que a empresa do Vale do Silício obteve sobre mim, decidi tentar compreender melhor como e por que meus dados foram coletados e armazenados. Também procurei descobrir o quanto dos meus dados poderia ser removido.
A forma como o Facebook coleta e trata informações pessoais foi um dos principais temas da semana, na qual Mark Zuckerberg, o executivo-chefe da empresa, respondeu a perguntas no Congresso sobre privacidade de dados e suas responsabilidades em relação aos usuários. Durante seu depoimento, Zuckerberg disse repetidamente que o Facebook tem uma ferramenta que permite aos usuários fazerem o download de seus dados que “permite que as pessoas vejam e retirarem todas as informações que colocaram no Facebook”.
Mas isso é um exagero. A maioria das informações básicas, como a data do meu aniversário, não pôde ser excluída. Mais importante, os dados em relação aos quais tenho objeções, como o registro de pessoas que deletei, também não puderam ser removidos do Facebook. “Eles não excluem nada, e essa é uma política geral”, disse Gabriel Weinberg, fundador da DuckDuckGo, empresa que oferece ferramentas de privacidade na Internet. Ele acrescentou que os dados foram mantidos para ajudar as marcas a veicular anúncios direcionados.
A história do Facebook em 30 fotos
Em 28 de outubro de 2003, Mark Zuckerberg lança o Facemash, um predecessor do Facebook. Usando fotos do sistema de alunos de Harvard, o site pedia aos usuários que escolhessem qual era a garota mais ‘atraente’ entre duas opções.
Em 4 de fevereiro de 2004, quatro estudantes de Harvard fundam uma rede social voltada para estudantes da universidade, o Thefacebook: Mark Zuckerberg, Chris Hughes, Dustin Moskowitz e o brasileiro Eduardo Saverin.
Em junho de 2004, a rede social já havia se expandido para outras universidades e recebeu seu primeiro investimento, feito pelo investidor Peter Thiel. Além disso, Sean Parker (na foto), co-fundador do Napster, assume a presidência da empresa.
Em 2004, os ex-colegas de Mark Zuckerberg em Harvard, os irmãos Cameron e Tyler Winklevoss entram com uma ação judicial contra o Facebook, alegando que a empresa é o plágio de uma ideia dos gêmeos. A ação continuou na Justiça americana até 2011, quando os gêmeos retiraram o processo.
Com Sean Parker na presidência, o Facebook conquista 1 milhão de usuários em 30 de dezembro de 2004. Meses depois, a empresa transfere sua sede para um escritório em Palo Alto, na Califórnia – e Zuckerberg abandona de vez os estudos em Harvard.
Em março de 2006, o Yahoo oferece US$ 1 bilhão para comprar o Facebook, mas Mark Zuckerberg rejeita a proposta.
Em setembro de 2006, o Facebook lança o News Feed (Feed de Notícias, em português): uma página que se atualizava automaticamente através de um algoritmo, mostrando as novidades nas atividades dos amigos do usuário. É um conceito novo para o período – o Twitter, que trabalhava a ideia em tempo real, havia sido lançado apenas há alguns meses.
Inicialmente voltado para universitários de faculdades de renome nos Estados Unidos, o Facebook se abre, em setembro de 2006, para qualquer usuário a partir dos 13 anos de idade – desde que ele tenha uma conta de email.
Em 2007, buscando superar rivais como o MySpace, o Facebook abre sua plataforma de dados (API, na sigla em inglês) para desenvolvedores criarem aplicações que usem a rede social como base. Graças a isso, é possível se cadastrar em inúmeros aplicativos usando os dados de perfil do Facebook – e até mesmo jogar Candy Crush.
Em outubro de 2007, a Microsoft adquire 1,4% das ações do Facebook, o que faz a empresa ser avaliada em US$ 15 bilhões.
Em agosto de 2008, o Facebook ultrapassa a marca de 100 milhões de usuários em todo o mundo.
Maior rede social do mundo até 2009, o MySpace é destronado da liderança pelo Facebook em maio daquele ano: segundo números da ComScore, a rede social atingiu 70 milhões de usuários ativos mensalmente no período, superando o antigo líder. Enquanto isso, no Brasil só se falava de Orkut.
Lançado pela Zynga em 2010, FarmVille se torna o primeiro grande game a ser jogado dentro do Facebook. O jogo tinha um objetivo simples: o usuário assumia o papel de um fazendeiro, e tinha que gerar a maior produção possível de sua fazenda, fazendo dinheiro e amizades.
Em junho de 2010, a empresa lança uma de suas marcas registradas: o botão de "Like" – aqui no Brasil, o like é chamado de curtida. Em Portugal, ele é um "gostei", e se você por acaso usa o Facebook em inglês pirata, um 'like' é simplesmente um grito de 'arrrr!', como faria o Capitão Gancho.
Estreia em outubro de 2010 o filme A Rede Social, que conta a história dos primeiros anos do Facebook. O filme, dirigido por David Fincher (Seven) e com roteiro de Aaron Sorkin (da série West Wing), é baseado no livro Bilionários por Acaso, do jornalista americano Ben Mezrich. O filme venceu três Oscars em 2011: melhor roteiro adaptado, melhor edição e melhor trilha sonora. Mark Zuckerberg era interpretado pelo ator americano Jesse Eisenberg.
Em janeiro de 2011, uma rodada de investimentos liderada pelo banco Goldman Sachs adquire 1% das ações do Facebook e avalia a empresa em US$ 50 bilhões.
Em 9 de agosto de 2011, o Facebook lança o Facebook Messenger: inicialmente um substituto para o chat interno que havia na rede social, o Messenger se torna, nos anos seguintes, um dos principais aplicativos de troca de mensagens do mundo. Em janeiro de 2016, o aplicativo anunciou que tinha 800 milhões de usuários mensalmente ativos.
Em setembro de 2011, o Facebook introduz a Linha do Tempo (Timeline), uma função que alterava os perfis dos usuários: no lugar de informações detalhadas sobre sua vida, o perfil passava a ser uma grande cronologia dos eventos e atividades deles na rede social.
Em 18 de maio de 2012, o Facebook realiza sua abertura de capital na bolsa de valores Nasdaq, em Nova York: com preços iniciais de US$ 38, as ações da empresa renderam a ela uma avaliação de US$ 104 bilhões, na terceira maior oferta inicial de ações da história dos Estados Unidos.
Criado pelo americano Kevin Systrom e pelo brasileiro Mike Krieger, a rede social de fotografias Instagram é comprada pelo Facebook por US$ 1 bilhão em abril de 2012.
Em outubro de 2012, a base de usuários do Facebook atinge 1 bilhão de usuários.
Em parceria com seis empresas (Samsung, Ericsson, MediaTek, Nokia, Opera e Qualcomm), Mark Zuckerberg lança o Internet.org em agosto de 2013. A intenção da organização é de trazer internet acessível para qualquer pessoa no mundo todo – no entanto, seus métodos tem sido criticados por infringir regras de neutralidade de rede em muitos países. Entenda a questão.
Em fevereiro de 2014, o Facebook anunciou a aquisição do WhatsApp, um dos principais aplicativos de mensagem da atualidade, por US$ 21,8 bilhões (em valores atualizados). Recentemente, o aplicativo de mensagens se tornou o segundo serviço da empresa a alcançar 1 bilhão de usuários. Na foto, Jan Koum, cofundador do WhatsApp.
Em março de 2014, o Facebook expande seu foco de atividades ao comprar a startup Oculus, dona dos óculos de realidade virtual Oculus Rift, por US$ 2 bilhões. Em breve, o Oculus deverá ter seu lançamento comercial, e vai custar US$ 600.
Zuckerberg e Priscilla Chan durante o anúncio da chegada de Max, sua primeira filha
O velho botão de curtir ganhou novos companheiros em abril de 2016: desde então, as pessoas podem reagir às publicações dos amigos com "Amei", "Haha" (risada), "Uau" (surpresa), "Triste" e "Grr" (raiva). O botão de "não curtir", porém, segue não existindo.
Em 2016, o Facebook entrou na mira da política, ao ser acusado de auxiliar a disseminação de notícias falsas que influenciaram, por exemplo, no referendo que determinou a saída do Reino Unido da União Europeia, bem como na eleição de Donald Trump para a presidência dos EUA.
Em junho de 2017, o Facebook chegou à marca de 2 bilhões de usuários, conquistando boa parte do mundo conectado.
Criticado pela disseminação de notícias falsas, o Facebook decidiu reagir em janeiro de 2018: naquele mês, a empresa disse que iria alterar seu algoritmo, diminuindo o número de publicações de notícias na linha do tempo dos usuários, privilegiando a interações entre amigos. Além disso, a empresa começou a pedir que usuários votem nos veículos de comunicação nos quais mais confiam, que receberiam mais destaque na linha do tempo, bem como decidiu que notícias de escopo local teriam prioridade na exibição. As medidas, bem como esforços do Facebook para auxiliar os jornais, foram bastante criticadas.
Em março de 2018, o Facebook vive possivelmente sua maior crise, graças à revelação pelo jornal inglês The Observer de que a consultoria política Cambridge Analytica, de Alexander Nix (na foto) usou ilicitamente dados de 50 milhões de usuários da rede social, obtidos por meio de um quiz psicológico. O escândalo levou a empresa a perder US$ 49 bilhões em valor de mercado em apenas dois dias e abriu uma grave crise de confiança por parte de usuários e investidores -- até mesmo o ex-funcionário da empresa Brian Acton, cocriador do WhatsApp, instigou os usuários a deletarem suas contas na rede social.
Beth Gautier, uma porta-voz do Facebook, explicou desta forma: “Quando você exclui algo, nós removemos isso para que não fique visível ou acessível no Facebook”. Ela acrescentou: “Você também pode excluir sua conta no momento em que quiser. Pode levar até 90 dias para excluir todos os backups de dados em nossos servidores.”
Explorar os seus arquivos do Facebook é um exercício altamente recomendável se você se preocupa com a forma como suas informações pessoais são armazenadas e usadas. Aqui está o que eu fiquei sabendo.
Exploração. Quando você baixar uma cópia dos seus dados do Facebook, verá uma pasta contendo várias subpastas e arquivos. O mais importante é o arquivo “index”, que é essencialmente um conjunto de dados brutos da sua conta do Facebook, onde você pode clicar em seu perfil, lista de amigos, linha do tempo e mensagens, entre outros recursos.
Uma parte surpreendente do meu arquivo de índice foi uma seção chamada Informações de contato. Ela continha os 764 nomes e números de telefone de todo as pessoas que estavam no catálogo de endereços do meu iPhone. Após uma inspeção mais minuciosa, descobriu-se que o Facebook tinha armazenado toda a minha lista telefônica porque eu fizera o upload dela ao configurar o aplicativo de mensagens do Facebook, o Messenger.
Isso era inquietante. Eu esperava que o Messenger usasse minha lista de contatos para encontrar outras pessoas que também estavam usando o aplicativo com as quais eu poderia me conectar com facilidade – e manter as informações de contato relevantes apenas para as pessoas que estavam no Messenger. No entanto, o Facebook manteve a lista completa, incluindo os números de telefone do meu mecânico, o número da campainha da porta do meu apartamento e de uma pizzaria.
O Facebook também manteve um histórico de cada vez que abri o Facebook nos últimos dois anos, incluindo qual dispositivo e navegador da Web eu usei. Houve dias, nos quais registrei minha localização, como quando eu estava em um hospital há dois anos ou quando visitei Tóquio no ano passado.
A rede social mantém um registro desses dados como uma medida de segurança para sinalizar logins suspeitos de dispositivos ou locais desconhecidos – da mesma forma como os bancos enviam um alerta de fraude quando o número do seu cartão de crédito é usado em um lugar suspeito. Essa prática parecia razoável, então eu não tentei excluir essas informações.
Mas o que me incomodou foram os dados que eu havia explicitamente excluído, mas que permaneciam à vista. Na minha lista de amigos, o Facebook tinha um registro de “Amigos removidos”, um dossiê das 112 pessoas que eu removi junto com a data em que cliquei no botão “Excluir”. Por que o Facebook se lembra das pessoas que eliminei da minha vida?
A explicação do Facebook foi insatisfatória. A empresa disse que pode usar minha lista de amigos excluídos para que essas pessoas não apareçam no meu feed com o recurso “Neste dia”, que traz de volta memórias de anos passados para ajudar as pessoas a lembrar. Eu prefiro ter a opção de excluir a lista de amigos excluídos para sempre.
Anúncios. O que o Facebook reteve sobre mim não é nem de longe tão assustador quanto o grande número de anunciantes que têm informações minhas em seus bancos de dados. Descobri isso quando cliquei na seção Anúncios no meu arquivo do Facebook, que trouxe um histórico dos doze anúncios em que eu tinha clicado enquanto navegava na rede social.
Mais abaixo, havia uma seção intitulada “Anunciantes com suas informações de contato”, seguida por uma lista de aproximadamente 500 marcas, com a maioria esmagadora das quais eu jamais havia interagido. Algumas marcas pareciam obscuras e incompletas - uma delas era chamada de “Microfone Check”, que acabou sendo um programa de rádio. Outras marcas eram mais familiares, como Victoria's Secret Pink, Good Eggs ou AARP (uma revista para aposentados).
O Facebook disse que anunciantes desconhecidos podem aparecer na lista porque eles podem ter obtido minhas informações de contato de outros lugares, compiladas a partir de uma lista de pessoas que eles visavam. As marcas podem fazer o upload de suas listas de clientes em uma ferramenta chamada públicos-alvo personalizados (Custom Audiences), o que os ajuda a encontrar os perfis do Facebook dessas mesmas pessoas para veicular anúncios.
O resultado? Mesmo alguém que só circule pelo Facebook – como eu, que mal cliquei em qualquer anúncio digital – pode ter suas informações pessoais expostas a um enorme número de anunciantes. Isso não foi totalmente surpreendente, mas ver a lista de marcas desconhecidas que possuíam minhas informações de contato no arquivo do Facebook foi uma “dose de realidade”.
Tentei entrar em contato com alguns desses anunciantes, como o Very Important Puppets, um fabricante de brinquedos, para perguntar a eles o que fizeram com meus dados. Eles não responderam.
Conheça as celebridades que já deixaram o Facebook após o escândalo com dados pessoais
Fundador da Tesla e da Space X, o empreendedor Elon Musk foi desafiado por um usuário do Twitter a deletar as páginas de suas empresas do Facebook, em 23 de março – bem no início do escândalo da empresa com a Cambridge Analytica. Em resposta, Musk disse que "não sabia que tinha páginas no Facebook, mas que as deletaria." Segundo o site americano TechCrunch, Musk demorou menos de 20 minutos para fazê-lo.
Conhecido por inúmeros filmes de comédia, o ator Jim Carrey deletou sua conta no Facebook um pouco antes da revelação do escândalo com a Cambridge Analytica. No início deste ano, o ator se mostrou indignado com a interferência que os russos conseguiram causar na eleição americana de 2016 a partir da rede social. "O que o mundo precisa agora é de capitalismo com consciência", disse.
Em entrevista ao jornal USA Today em 8 de abril, o cofundador da Apple, Steve Wozniak, disse que iria deletar sua conta no Facebook. "Na Apple, vendemos produtos. Com o Facebook, é como dizem: você é o produto", declarou Wozniak.
A diva pop foi outra que decidiu deixar a rede social de Mark Zuckerberg: em março, ela publicou no Twitter que estava deletando o Facebook, não sem dor no coração – a cantora reconheceu que a rede social foi muito útil para seus programas de caridade.
O comediante Will Ferrell foi um dos primeiros a deixar o Facebook: em março, ele declarou que estava deletando sua conta em protesto ao uso ilícito de dados pela Cambridge Analytica. Ele disse que não pode usar, de boa fé, "os serviços de uma empresa que permitiram a disseminação de propaganda para quem estava mais vulnerável."
O cofundador do WhatsApp (e ex-funcionário do Facebook, por consequência) Brian Acton foi uma das principais vozes a se levantarem contra a rede social. Em sua conta no Twitter, Acton, que deixou a empresa no final de 2017, publicou uma mensagem dizendo "é hora #deletefacebook". Ele é conhecido por ser um grande defensor da privacidade e da criptografia.
A atriz Rosie O'Donnell também foi outra que resolveu sair da rede social – em um tuíte feito em março, a atriz pediu ao Facebook para criar um botão vermelho dizendo "EU QUERO SAIR AGORA" para facilitar o movimento aos usuários.
E o Google? Vamos ser claros: o Facebook é apenas a ponta do iceberg quando se trata do que as empresas de tecnologia da informação coletaram sobre mim.
Sabendo disso, também fiz o download de cópias dos meus dados do Google com uma ferramenta chamada Google Takeout. Os conjuntos de dados eram exponencialmente maiores que os meus dados do Facebook. Somente para minha conta de e-mail pessoal, o arquivo de meus dados do Google mediu 8 gigabytes, o suficiente para armazenar cerca de 2 mil horas de música. Em comparação, meus dados no Facebook eram de cerca de 650 megabytes, o equivalente a 160 horas de música.
Aqui estava a maior surpresa do que o Google coletou sobre mim: em uma pasta chamada Anúncios, o Google manteve um histórico de muitos dos artigos de notícias que eu havia lido, como uma reportagem da Newsweek sobre funcionários da Apple andando entre paredes de vidro e uma reportagem do New York Times sobre o editor da nossa coluna Modern Love. Não cliquei em anúncios de nenhuma dessas histórias, mas a gigante de pesquisa registrou-as porque os sites tinham anúncios veiculados pelo Google.
Em outra pasta, chamada Android, o Google tinha um registro de aplicativos que eu abri em um telefone com sistema Android desde 2015, junto com a data e a hora. Isso parecia um nível extraordinário de detalhes.O Google não respondeu imediatamente a uma solicitação de comentário.
Em uma nota mais animadora, eu baixei um arquivo dos meus dados do LinkedIn. O conjunto de dados tinha menos de meio megabyte e continha exatamente o que eu esperava: planilhas de contatos e informações do LinkedIn que eu havia adicionado ao meu perfil. No entanto, isso traz pouco consolo. Fique sabendo: assim que você vir a grande quantidade de dados coletados sobre você, não poderá voltar atrás e esquecer. / Tradução de Claudia Bozzo