Saída de executivo traz riscos para TIM

'Tememos que todo o barulho causado pela saída de Luciani possa desacelerar os planos e trazerem risco de execução'

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Por Agências
Atualização:

‘Tememos que todo o barulho causado pela saída de Luca Luciani possa desacelerar os planos e trazerem risco de execução’

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RIO DE JANEIRO – Luca Luciani é amplamente associado como a principal força por trás da reviravolta da TIM Participações nos últimos dois anos, após ter liderado o avanço da operadora em direção ao segundo lugar no mercado de telefonia móvel no Brasil e a uma sequência de sólidos resultados desde que assumiu o cargo, em 2009.

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Não foi por acaso que as ações da TIM recuaram 7,2% nos últimos dois dias da semana passada, quando as primeiras notícias de sua possível saída da presidência-executiva da companhia vieram à tona na imprensa.

Nesta segunda-feira, 7, porém, depois de terem chegado a cair mais de 6% no pior momento do dia, os papéis da TIM se recuperaram e avançaram perto de 2%, terminando o dia valendo R$ 10,69, segundo dados preliminares de fechamento.

No fim de semana, a TIM divulgou um comunicado breve informando que Luciani se desligou da empresa. Em seu lugar foi apontado um presidente interino, Andrea Mangoni – atual vice-presidente financeiro da Telecom Italia.

Luciani é alvo de uma investigação de autoridades italianas envolvendo chips de telefonia móvel irregulares, segundo uma fonte próxima ao assunto.

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Analistas alertam para possíveis riscos de curto prazo para a execução da até agora bem-sucedida estratégia da operadora com o inesperado desligamento do executivo de suas funções, apesar de ressaltarem que Luciani deixou a subsidiária brasileira da Telecom Italia em boas condições para continuar seu crescimento futuro.

“O legado (do executivo) está lá, mas tememos que todo o barulho causado pela repentina saída de Luca possa desacelerar os planos da TIM e adicionar risco de execução”, escreveram em relatório nesta segunda-feira os analistas Carlos Siqueira, Fabio Levy e Bernardo Miranda, do BTG Pactual.

E boa execução é o nome do jogo no concorrido mercado brasileiro de telefonia móvel, especialmente após a TIM ter previsto resultados consistentes à frente.

Em fevereiro, a operadora divulgou que espera manter forte ritmo de crescimento para o ano, com alta de mais de 10% no lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês), além de chegar a 90 milhões de linhas móveis em 2014 -ante 67,2 milhões em março.

Luciani deixou esse caminho pavimentado, segundo analistas, mas o mercado ficará de olho como e se os resultados de fato serão entregues após sua saída.

Em 2011, a operadora viu seu Ebitda expandir-se 10,6% sobre 2010, enquanto a receita líquida total cresceu 18%.

A TIM tem oferecido pacotes ilimitados de serviços que têm inflado sua base de assinantes. Isso fez a companhia ganhar força no ano passado e tomar a vice-liderança das mãos da rival Claro, do grupo América Móvil, no segundo semestre, e aos poucos se aproximar da líder de mercado Vivo, da Telefônica Brasil.

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“O momento da saída de Luca Luciani provavelmente vai preocupar investidores… A presença de um forte presidente-executivo garantindo aos investidores que a estratégia da TIM permanece intacta será crucial”, afirmaram os analistas Vera Rossi, Felipe Pereira e Gilberto Garcia, do Barclays, também em relatório.

A equipe do Barclays reduziu a recomendação para os recibos de ações (ADRs) da TIM para “equal weight” (em linha com o mercado), de “overweight” (acima da média do mercado). O preço-alvo por papel da empresa negociado em Nova York foi diminuído para US$ 30, US$ 33.

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“Luca efetivamente conseguiu implementar várias estratégias que garantiram o crescimento da companhia”, afirmou à Reuters a analista Daniella Maia, da corretora Ativa. “A TIM em um primeiro momento terá um período de transição, mas acredito que a performance da companhia será mantida.”

Daniella acrescentou ainda que, apesar da saída de Luciani, ainda há uma boa equipe na administração da TIM que sabe como levar em frente o plano já traçado.

Soma-se a isso o movimento da empresa para avançar no mercado de voz e, principalmente, em banda larga através ofertas de serviços simples e de grande potencial de adesão.

“Consideramos que a estratégia da companhia permanece clara e intacta com planos (aos clientes) de fácil compreensão, busca por substituição fixa por móvel e exploração de mercado ainda não penetrado de banda larga com ofertas criativas”, disse em relatório o analista Alexandre Garcia, do Citibank.

Procurada, a TIM informou que não comentaria a saída de Luciani da empresa.

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/ Reuters

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