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Sem Jobs; iPad 2 será anunciado por Cook

Cercada de Androids, segunda versão do tablet não contará com elogios do CEO da Apple

Por Rafael Cabral
Atualização:

Desta vez, tudo indica que não será Steve Jobs, enfrentando problemas vindos de um raro tipo de câncer pancreático, a subir no palco para lançar superlativos sobre o mais novo produto da Apple, o iPad 2, que será anunciado na próxima quarta, 2.

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Tampouco será ele que, depois de horas desfiando números de vendas da versão anterior e das características da nova geração, “surpreenderá” ao dizer que há “one more thing” (mais uma coisa) a ser acrescentada – provavelmente mais um iPhone, o quinto, agora menor e mais barato.

O espetáculo de marketing da Apple – rumores vindos de montadoras chinesas, boatos vazados para os meios de comunicação prediletos, uma data marcada para um “misterioso” evento em São Francisco – seguirá igual, com a exceção do ator principal. E, no caso, isso faz diferença.

Desde que ressurgiu, a Apple confia no carisma e na história pessoal de seu fundador para gabaritar seus equipamentos. A marca e seu principal executivo se tornaram indissociáveis. Quando foi descoberto um bug imperdoável no iPhone 4 – com a mão em volta da antena, o sinal da internet ficava fraco – Jobs respondeu que a solução era “segurar o aparelho de outra forma” e, como era ele e não um CEO qualquer, muitos engoliram a abobrinha calados.

O próprio sucesso do iPad, lançado há um ano atrás e já prestes a ser remodelado, também se deve a sua reputação de guru. Ninguém sabia direito para que serviria um tablet. Mas, em apenas um ano, 15 milhões deles já foram vendidos.

O número fez a Apple subir duas posições – deixando HP e Acer para trás – e virar a maior fabricante de computadores pessoais móveis do mundo, de acordo com relatório da consultoria Display Search, segundo a qual a companhia já é dona de 17,2% do nicho dos aparelhos móveis – que inclui notes e netbooks, e-readers e smartphones. Números impressionantes que, com os do iPod e do iPhone, acostumaram mal o mercado.

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Acionistas esperam que todo equipamento com a maçã desenhada venha decorado com os elogios do CEO canonizado e que isso crie um hype imediato.

O provável é que Tim Cook, que o substitui, tome a palavra e anuncie a nova geração do tablet – com duas câmeras, mais memória e capacidade de processamento, menos espessura e peso. Será a sua estreia em um megaevento como esse. Internamente, a Apple pressiona para que seja definido um plano de sucessão de Jobs, que por pouco não sobreviveu à sua última licença, em 2008.

Além disso, o momento também é delicado. Se o iPad ainda é líder, os Androids chegam com força – já são 107 dispositivos usando o sistema do Google – e com um sistema operacional desenvolvido para melhor a experiência de uso de tablets, o Android versão Honeycomb. Certamente, o iPad 2 também será “revolucionário” e “genial” nas palavras de Tim Cook, mas será que a sua garantia tem o mesmo peso?

—- Leia mais:Link no papel 28/01/2011

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