MWC 2019: Setor de telecomunicações vê necessidade de reforçar segurança das redes
Mats Granryd, diretor geral da GSMA, esteve na feira de tecnologia MWC e reforçou a importância da segurança das redes como um todo, enquanto o debate gira em torno da exclusão da fabricante chinesa Huawei do mercado
26/02/2019 | 16h28
Por Agências - Reuters
Na semana passada, Trump assinou decreto que não permite compra de equipamentos de telecomunicações de empresas que tragam ameaças à "segurança nacional" dos EUA
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A indústria de telecomunicações quer garantir a segurança de redes móveis, que estão cada vez mais complexas graças à rede 5G. Mats Granryd, diretor geral da GSMA, grupo que representa 800 operadoras de telefonia celular em todo o mundo, esteve presente na Mobile World Congress (MWC), que acontece esta semana em Barcelona, na Espanha, e reforçou a importância da segurança das redes como um todo, enquanto o debate gira em torno da exclusão da fabricante chinesa Huawei do mercado, por alegações de espionagem.
A declaração acontece após o recuo da GSMA a um pedido dos Estados Unidos e aliados europeus, que soliciaram que o grupo barrasse a Huawei devido a preocupações de que a empresa esteja muito próxima do governo chinês e seus equipamentos estejam abertos a espiões cibernéticos. A GSMA pediu aos governos europeus que se juntem às operadoras de telefonia móvel para o estabelecimento de um regime de testes de segurança de rede, sem que seja preciso recorrer à medida de exclusão da fabricante Huawei do mercado.
“Agora estamos entrando em conectividade inteligente, o que significa que mais coisas serão conectadas”, disse Mats Granryd na MWC. “Se tivermos dúvidas hoje, o risco é que elas aumentem daqui para a frente.”
Algumas operadoras dizem que o lançamento de serviços 5G pode ser adiado por anos se o equipamento chinês for excluído do mercado.
Tensão. A relação entre Huawei e Estados Unidos vai além de questões sobre tecnologia: há uma guerra comercial entre Estados Unidos e China por trás de tudo isso.
Há algum tempo a Huawei é apontada pelo governo americano como um risco de cibersegurança e espionagem. Vale lembrar que a gigante chinesa não fabrica apenas celulares, mas também equipamentos de infraestrutura tecnológica. Depois de terem proibido o uso de equipamentos da Huawei dentro do governo, os Estados Unidos passaram a tentar convencer aliados como Alemanha, Japão e Itália a pararem de usar os equipamentos da fabricante chinesa. Em dezembro do ano passado, a vice-presidente financeira da Huawei Technologies foi presa no Canadá a pedido dos Estados Unidos.
A Huawei nega que já tenha espionado equipamentos para o governo chinês, e diz que nenhuma evidência confiável foi apresentada de que seus produtos permitem acesso ilícito aos serviços de inteligência do país.
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