Snowden vence Nobel Alternativo e defende sociedade mais aberta

MST e Leonardo Boff também já foram laureados com prêmio, descrito como 'contraponto crítico' ao Nobel

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Por Agências
Atualização:
 

COPENHAGUE – O ex-analista da Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Edward Snowden, defendeu nesta segunda-feira a construção de uma sociedade “aberta e liberal” ao receber o “Nobel Alternativo” em discurso feito por videoconferência desde seu exílio na Rússia.

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“Tudo isto tem a ver com tornar nossa sociedade mais segura, as liberdades que herdamos. Podemos ter sociedades abertas e liberais”, afirmou Snowden, recebido com uma grande ovação no parlamento sueco, onde foi realizada a cerimônia de entrega.

Snowden admitiu que é “improvável” que as mudanças que defende aconteçam em breve, e mostrou seu compromisso com essa luta. Ele ainda disse não se arrepender de ter divulgado a trama de espionagem em massa das comunicações telefônicas e de internet a cargo dos Estados Unidos.

“Tudo o que sacrificamos valeu a pena, faria outra vez”, afirmou.

O ex-analista americano foi nomeado ao prêmio por revelar a vigilância estatal que “viola processos democráticos básicos e direitos constitucionais”, como explicou a comunicação divulgada há dois meses pela fundação Right Livelihood Award, sediada em Estocolmo.

O júri deu a Snowden um prêmio honorário, sem dotação econômica, e também a Alan Rusbridger, diretor do jornal britânico “Guardian”, que revelou os documentos vazados pelo ex-analista.

A Comissão Asiática de Direitos Humanos e seu diretor, Basil Fernando; o americano Bill McKibben, comprometido na luta contra o aquecimento global, e a advogada paquistanesa Asma Jahangir também foram reconhecidos com este prêmio, que reconhece o trabalho social de pessoas e instituições de todo o mundo.

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Estes três últimos agraciados dividirão 1,5 milhão de coroas suecas (cerca de R$ 516 mil) do prêmio este ano.

Snowden, que está em território russo desde 23 de junho de 2013, recebeu no final de julho a permissão de residência no país por três anos, e poderá viver na Rússia pelo menos até 1º de agosto de 2017.

O ex-analista, acusado nos Estados Unidos de espionagem, encontrou trabalho na Rússia no setor de tecnologia da informação, embora por motivos de segurança seu paradeiro seja secreto.

/EFE

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