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SOS: tem um robô solto no espaço

Apelidado de R2, ele vai dar uma mão aos astronautas em tarefas chatas

Por Agências
Atualização:

Quase 200 pessoas de 15 países já visitaram a Estação Espacial Internacional, mas até agora todos os membros das tripulações têm sido humanos. Nesta semana, a estação receberá seu primeiro robô humanoide. O Robonaut 2 (apelidado, inevitavelmente, de R2), vai integrar o voo final do ônibus espacial Discovery nesta semana e passar a próxima década ajudando astronautas a bordo da estação espacial em tudo, da pesquisa científica a tarefas mundanas.

O robô de US$ 2,5 milhões, feito de alumínio e fibra de carbono niquelada, tem quase um metro de altura e pesa 136 quilos. Entre seus mais de 40 sensores para detectar seu entorno estão quatro câmeras de luz visível em sua cabeça dourada no lugar de olhos, e uma quinta câmera em sua boca para medir luz infravermelha e ajudar na percepção de profundidade. Os 38 processadores de computador de R2 enchem a área do estômago, disparando comandos para seus braços e dedos extremamente hábeis.

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“Inicialmente, o principal papel do R2 na estação espacial será experimental”, segundo um informe da Nasa. “O robô começará sua vida no espaço estacionado no laboratório Destiny, onde será encarregado de tarefas e operações semelhantes às que já realizou na Terra, que permitirão que engenheiros resolvam as ciladas de operar um robô humanoide hábil no espaço. Se o R2 corresponder, o robô poderá avançar para tarefas de manutenção da estação, como aspirar o pó e limpar filtros. E com melhorias que permitirão que ele funcione no vácuo do espaço, também poderá realizar reparos no lado de fora da estação ou ajudar astronautas em trabalhos externos.” O desenvolvimento do conceito começou em 1997, a ideia inicial era construir um robô que pudesse ajudar astronautas no espaço em tarefas perigosas ou chatas demais.

A primeira versão do Robonaut, R1, era uma máquina de aspecto humano que poderia realizar tarefas de manutenção ou mesmo explorar a superfície da Lua se fosse provida de rodas – mas não houve financiamento suficiente para tirar o protótipo do laboratório.

O projeto foi salvo pela General Motors, porém, em 2007. Após um projeto conjunto com a Nasa, a companhia automotiva anunciou o R2 em fevereiro de 2010. Trata-se de uma versão mais rápida e mais hábil do R1 e a Nasa decidiu testá-la no espaço, programando para enviá-la em uma das últimas missões dos ônibus espaciais.

Por enquanto, o R2 tem apenas um corpo superior, mas se os testes iniciais forem positivos ele poderá receber pernas e melhorias de software que permitirão que ele e seus sucessores façam a manutenção de satélites de comunicações e de tempo e até explorem asteroides, cometas ou as luas de Marte. “Há uma progressão lógica para a próxima geração de exploração espacial”, disse a Nasa. “Nosso primeiro olhar a um novo destino é por telescópio, depois pelos olhos de um precursor robótico como o R2 e, só então, pela chegada de exploradores humanos. Seres humanos e robôs explorando o sistema solar juntos proporcionarão resultados maiores do que poderiam alcançar em separado, permitindo um futuro empolgante de novas descobertas.” /ALOK JHA, do The Guardian; TRADUÇÃO DE CELSO M. PACIORNIK

—- Leia mais:‘Link’ no papel – 08/11/2010

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