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'Startup é o novo rock'n'roll'

Flávio Pripas promove a cultura do Vale do Silício no Brasil e quer ter a maior rede social de moda do mundo

Por Filipe Serrano
Atualização:

Flávio Pripas promove a cultura do Vale do Silício no Brasil e quer ter a maior rede social de moda do mundo

 

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É em um quarto no segundo andar de um sobrado antigo e sem identificação na Avenida Rebouças que funciona uma das novas empresas de internet que têm ganhado mais notoriedade no cenário de empreendedorismo digital de São Paulo.

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O Fashion.me foi fundado por Flavio Pripas e Renato Steinberg em 2008. Na época o site ainda tinha o nome de byMK, inspirado nas iniciais dos nomes das esposas dos dois fundadores, e desde então oferece uma ferramenta para quem quiser experimentar e vestir modelos digitais com peças de roupas e de acessórios. Em outubro o Fashion.me – que mudou de nome no fim de 2010 – abraçou a nova visão que Pripas e Steinberg tiveram para o site, que é incentivar o lado social dos usuários que compartilham e falam sobre moda. A ideia, diz Pripas, é perseguir uma nova meta bastante ambiciosa: se tornar a maior rede social de moda do mundo.

“Todo tema que é grande e complexo justifica ter uma rede social com uma discussão aprofundada. E moda, é um tema grande e complexo suficiente”, diz Pripas, que também organiza o encontro de startups BR New Tech e é um dos principais incentivadores de novos negócios digitais. “A gente traçou uma visão, que é ser a rede social de moda no mundo. A gente quer ser tão relevante quanto LinkedIn é para os profissionais.”

Por causa da iniciativa, os dois empreendedores com formação em Ciência da Computação foram listados pela revista norte-americana Fast Company entre as 100 pessoas mais criativas nos negócios, na 53ª posição. A revista justificou a escolha dessa forma: “Esta dupla brasileira, ambos ex-chefes de TI de grandes bancos, não são fashionistas. Basta perguntar às suas esposas. Mas, ao ver suas mulheres fazerem compras, eles descobriram uma oportunidade: ser o amigo entendido de moda que dá dicas para quem precisa.”

Pripas diz que assumiu o compromisso de democratizar a discussão de moda com o Fashion.me. “Eu estou tentando mostrar às marcas que aquela pessoa vai ou aspira consumir. Em contrapartida, mostramos às marcas quantos consumidores em potencial elas têm. Estamos construindo muito conhecimento sobre o que as pessoas consomem e moda. É algo que poderemos usar de uma forma inteligente no futuro.”

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Expansão. A entrada do sobrado do Fashion.me tem mais jeito do escritório de advocacia do que startup, mas basta chegar ao segundo andar – com piso de madeira e paredes brancas – para encontrar o quarto onde trabalham as 12 pessoas da equipe.

Um painel com imagens de moda decora o ambiente cercado de mesas com computadores. Uma porta ao lado é a sede de outra startup, que divide o espaço – e o aluguel. É de lá que o Fashion.me faz agora sua expansão internacional. O site lançou sua versão em inglês em maio e está abrindo um escritório nos EUA. Durante a São Paulo Fashion Week, trouxe duas blogueiras americanas de moda para cobrir o evento usando o site. Ao todo, são mais de 20 mil usuários ativos no exterior, segundo Pripas.

 

Depois de ter recebido um investimento do fundo Intel Capital no início do ano, o site foi remodelado para se adequar ao novo momento “rede social de moda”, e ficou com uma cara que lembra o Pinterest – outra rede que também tem uma aura fashion e que alcançou mais de 3,5 milhões de visitantes em maio, segundo a ComScore.

Pripas sabe que, apesar de ter gerado um bom interesse e público para o site, o sucesso dele como rede social ainda vai ter se provar nos próximos anos. O Fashion.me, diz o fundador, não tem paralelo no mundo e não se baseia em nenhum modelo de negócio já estabelecido no exterior, algo raro para uma empresa de internet brasileira.

O bom momento do Brasil e a boa imagem do País no exterior ajudam a abrir oportunidades, mas ele afirma que as novas empresas brasileiras precisam mostrar que têm força para crescer.

“É legal que startup é a nova banda de rock. Das mil que surgirem, umas dez vão prestar. Isso é muito legal pro Brasil. Mas todo esse bafafá de hoje tem de dar resultado daqui dois, três anos. Positivo ou negativo, tem que dar resultado. Se continuar só no barulho, vai voltar aquela história de que o Brasil é o país do futuro e o futuro nunca chega.”

Leia mais:Link no papel – 25/6/2012

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