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Tudo sobre o ecossistema brasileiro de startups

Opinião|Startups ucranianas também estão se mobilizando na guerra

A Ucrânia tem uma comunidade de startups ativa, que tem se movimentado durante o conflito

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Foto do author Felipe Matos
Atualização:

Uma das curiosidades que talvez muitos brasileiros não saibam sobre a Ucrânia é que o país tem uma comunidade de tecnologia e startups bastante ativa. O país era usado para a contratação remota de desenvolvedores, pelos custos mais baixos da mão de obra na Europa, e é berço de “unicórnios” como GitLab, Grammarly, entre outros. O país também tem uma agência de suporte a startups, Startup Ukraine, cuja fundadora, Anna Petrova eu tive o prazer de conhecer. Nos últimos dias, acompanhei à distância seu drama enquanto buscava atravessar a fronteira, num cenário de caos, com momentos sem comunicação, energia ou comida.

A guerra com a Rússia provocou impactos imediatos no ecossistema daquele país. Startups tiveram seu funcionamento comprometido e a infraestrutura de tecnologia do país foi abalada. Investimentos estrangeiros em startups foram congelados e houve massiva fuga de profissionais.

Startups Ucranianas se mobilizam durante guerra Foto: Reuters

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Por outro lado, a comunidade de tecnologia local tem se mobilizado para reagir. Ainda que muitos profissionais tenham atravessado a fronteira para escapar, eles têm organizado ataques virtuais contra empresas e operações russas – num dos movimentos de ciberataques mais descentralizados já registrados na história, em que não há uma liderança clara ou hierarquia. Há ainda grupos que preferiram ficar e lutar pelo país, empoderados pelas novas novíssimas conexões por satélite oferecidas pela Starlink – a empresa de Elon Musk, que acelerou as operações no país num esforço para apoiar os ucranianos.

Outro movimento que vem sendo organizado por startups ucranianas é o da coleta de fundos para apoiar o país, por meio de diferentes canais. A Grammarly, por exemplo, doou U$ 5 milhões, equivalentes à receita de seu produto na Rússia e na Bielorússia desde 2014, para fundos de apoio aos uncranianos. O movimento que vem sendo acompanhado por empresas de tecnologia de dentro e fora do país. Elas também têm buscado combater a desinformação, construindo e apoiando redes confiáveis com notícias atualizadas sobre os acontecimentos da guerra. Outras startups vem facilitando o acesso financeiro de imigrantes ucranianos, como a fintech Revolut, que facilitou a abertura de contas de refugiados urcanianos e zerou as tarifas para o envio de dinheiro para aquele país.

A Anna conseguiu atravessar a fronteira e está bem. Agora, ela tem liderado redes de startups ucranianas e internacionais, que estão se unindo para apoiar seu país.

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Opinião por Felipe Matos

CEO da Sirius, vice-presidente da Associação Brasileira de Startups e autor do livro 10 Mil Startups.

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