Startups vão receber aporte do governo

Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação divulgou as 56 empresas de tecnologia selecionadas pelo programa Start-Up Brasil

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Por Ligia Aguilhar
Atualização:

Ministério divulgou as 56 empresas de tecnologia do programa Start-Up Brasil

 

SÃO PAULO – O programa Start-Up Brasil, criado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) com o objetivo de acelerar o desenvolvimento de novas empresas de tecnologia no Brasil (startups), anunciou na segunda-feira, 29, a lista com as 56 primeiras empresas aprovadas para participar do programa. Até 2015 o projeto pretende acelerar e fomentar 300 startups com até R$ 200 mil em bolsas CNPq para cada uma durante um ano.

 

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O Startup-Brasil integra o Programa Estratégico de Software e Serviços de Tecnologia da Informação (TI Maior) e funciona por meio de uma parceria público-privada, pela qual nove aceleradoras selecionadas por meio de edital vão oferecer apoio e investir outros R$ 36 milhões nessas startups em troca de participação societária.

As nove aceleradoras habilitadas são: 21212, Aceleratech, Acelera Brasil (Microsoft Participações), Acelera MG (Fumsoft), Papaya Ventures, Pipa, Wayra, Outsource Brazil e Start You Up.

As 56 empresas foram escolhidas entre 908 projetos inscritos. Desse total, 11 são estrangeiras, conforme previsto no edital, que destina até 25% das vagas para startups de fora do País. “Se olharmos os EUA, vamos perceber que o setor tecnológico de software foi construído por imigrantes. O Brasil precisa ter esses talentos para as empresas daqui terem uma visão mais ampla”, disse Virgílio Almeida, secretário titular da Secretaria de Política de Informática (Sepin).

Os estrangeiros terão visto de trabalho facilitado para desenvolver seus negócios durante um ano no Brasil. O programa de aceleração e o pagamento das bolsas estão previstos para começar no fim de agosto.

Entre as empresas selecionadas está a Fisiohub, uma startup incubada na Porto Digital, no Recife (PE) e que desenvolve aplicativos de jogos para tablets voltados para pacientes em reabilitação e crianças com problemas de alfabetização.

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Com o aporte o apoio técnico do programa, a startup espera ter alcance nacional. “Com as bolsas conseguiremos reduzir o tempo de desenvolvimento do produto e contratar uma equipe maior e bem preparada”, diz Yuri Zaidan, de 20 anos, cofundador da Fisiohub.

Ele ainda não sabe qual aceleradora vai investir no seu projeto – a definição deve ocorrer nas próximas semanas –, mas terá de mudar de Estado, já que nenhuma das participantes do programa está na região Nordeste. “Será uma experiência importante porque é muito difícil para uma empresa do Recife ser reconhecida nos principais centros do Brasil”, diz.

Outra escolhida foi a EvoBooks, editora digital que desenvolve uma espécie de livro-aplicativo para que o conteúdo curricular possa ser ensinado aos alunos por computadores, tablets, smartphones e lousas digitais. “Nós precisamos de capital para crescer, mas analisando o programa percebemos que as pessoas envolvidas vão nos ajudar mais do que o dinheiro, porque esse entendimento do mercado é fundamental para estruturar a empresa”, diz Felipe Rezende, sócio-fundador e diretor executivo da EvoBooks.

O setor de educação, do qual faz parte a empresa, foi o que mais teve projetos aprovados no Start-Up Brasil (19,64%).

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Polêmica. O programa Start-Up Brasil se baseia em programas internacionais bem-sucedidos, como o Startup Chile e o Startup America. O programa gerou muita expectativa, mas alguns pontos do projeto causaram polêmica. Uma das principais foi a concentração geográfica das aceleradoras na região sudeste do País.

Desta vez, o ponto de questionamento do mercado foi o fato de algumas das startups escolhidas já fazerem parte dos programas das aceleradoras participantes do Start-Up Brasil. Levantamento do Estado indica que pelo menos nove empresas já faziam parte de alguma das aceleradoras, o que era permitido pelo edital do programa.

“Muitas empresas aceleradas por essas instituições não foram aprovadas, então não houve qualquer tipo de vantagem. Nós queremos empresas que possam dar certo. E escolhemos projetos que consideramos de muito potencial”, diz o diretor responsável operacional do programa, Felipe Matos.

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O coordenador do Start-Up Brasil no MCTI, Rafael Moreira, no entanto, diz cogitar algumas mudanças para o próximo ano. “Estamos pensando em fazer um edital integrado para aceleradoras e incubadoras e deixar um margem de 15% do valor da bolsa para custeio de outras despesas que não sejam salário”, diz. Um novo edital está previsto para novembro e deverá selecionar mais startups.

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