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Substituto do Google Reader vai se aposentar

Old Reader, uma das principais alternativas ao extinto leitor do Google, fechará seu serviço aberto em duas semanas

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Por Anna Carolina Papp
Atualização:

Sobrecarregado, Old Reader, uma das principais alternativas ao extinto leitor do Google, fechará seu serviço aberto em duas semanas

SÃO PAULO – Muitos órfãos do leitor de feeds Google Reader, extinto no início deste mês, ainda estão testando novas opções de serviços do tipo. No entanto, enquanto a aposentadoria do site do Google foi boa notícia para uns – sobretudo para o Feedly, para onde migraram boa parte dos usuários –, outros não aguentaram o tranco mediante o tráfego intenso. É o caso do Old Reader, que nesta segunda-feira, 29, anunciou que vai fechar seu site público em duas semanas.

 

No site do leitor de notícias, o usuário encontra a seguinte mensagem: “Infelizmente, tivemos de desabilitar o registro de usuários no Old Reader”. Em duas semanas, o site antes aberto a todos será fechado, dando lugar a um privado, que atenderá a alguns poucos usuários selecionados, cuja migração será feita automaticamente.

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Os usuários serão notificados nesta semana se suas contas serão ou não migradas para o site privado. No entanto, o blog da empresa já adianta os critérios: usuários que funcionários do Old Reader conhecem pessoalmente, pessoas que fizeram doações para a manutenção do site – usuários da moeda virtual Bitcoin devem contatar a empresa para se identificar – e aqueles que se inscreveram no serviço antes do dia 13 de março, não por acaso: um dia antes de o Google anunciar que daria fim ao seu leitor de feeds no dia 1º de julho.

Os usuários terão duas semanas para exportar o conteúdo armazenado no site, como as assinaturas feitas e outras informações. Basta ir na página de configurações da conta.

Desabafo. O Old Reader foi apresentado como uma das principais alternativas ao popular Google Reader. Serviços pequenos ou pouco conhecidos passaram a receber um número enorme de usuários. Foi o caso do Feedly (leia entrevista), que em pouco mais de dois meses triplicou seu número de usuários, chegando a 12 milhões no fim de maio.

No entanto, para o Old Reader, a migração gigantesca e repentina de usuários foi demais para o que o serviço podia suportar – principalmente em relação à equipe.

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No anúncio no blog da empresa, nada de explicações de técnicas e frias: Elena Bulygina e Dmitry Krasnoukhov fazem um depoimento meticuloso e bem dramático sobre como a mudança (sem, no entanto, mencionar o Google Reader) sobrecarregou a equipe. Eles afirmam que em março “as coisas se tornaram um pesadelo” e que, desde então, os funcionários passaram a trabalhar sem parar e não estavam conseguindo “manter uma vida balanceada”.

“Na última semana, o nível de dificuldade mudou para ‘inferno’ em todo aspecto possível que poderíamos imaginar; há dez dias que mal dormimos, e isso nos impactou demais. Temos de olhar para trás”, diz. A sinceridade é tanta que por vezes o texto fica até cômico, com um tom de desabafo para eventuais críticas:

“Eu pessoalmente passei o meu primeiro aniversário de casamento na semana passada tentando consertar a migração, no último domingo. Quero ver você falar de atitude ‘corpo mole’ agora. E não vou nem começar a descrever o enorme apego sentimental ao Old Reader que temos”, diz Bulygina. “Gostaríamos de que às coisas voltassem ao nível ‘normal’. De não termos medo de tirar férias. De fazer algo além do Old Reader. De parar de nos negligenciar. De ficarmos menos distantes de nossas famílias e amigos queridos.”

A solução encontrada foi um site privado, com menos usuários, mas com um serviço que continue a melhorar gradativamente. As novas ferramentas prometidas incluem atualização mais rápida, mais posts por feed e melhoras na busca.

Bulygina and Krasnoukhov insistem que não estão interessados em cobrar pelo serviço ou em obter fundos de aceleradoras,mas apresentam uma outra possibilidade: “Se alguém estiver interessado em adquirir o Old Reader e melhorá-lo, estamos muito abertos e aceitamos propostas emhello at theoldreader.com.”

—-Leia mais:• O fim do Google Reader: chega de saudadeFeedly: ‘Queremos ser o iTunes do consumo de notícias’

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