'Superada por tablets'; Nintendo tem prejuízo

Empresa divulgará primeiro prejuízo operacional após déficit de 45 bilhões de ienes no último ano fiscal

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Por Agências
Atualização:

Empresa divulgará primeiro prejuízo operacional após déficit de 45 bilhões de ienes no último ano fiscal

 

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TÓQUIO – Em 2006, a Nintendo tirou os videogames dos quartos das crianças e os levou para a sala de estar, após seu Wii criar um novo nicho como o console que a família inteira poderia compartilhar.

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Mas com o boom do Wii perdendo sua força e seu sucessor, que está sendo preparado pela empresa que criou o Super Mario, parece uma proposta fadada ao fracasso, enquanto a Apple e outros fabricantes de smartphones e tablets levam videogames ao banheiro, ao ônibus e de volta ao quarto.

A Nintendo divulgará na quinta-feira, 26, seu primeiro prejuízo operacional, após ter previsto um déficit de 45 bilhões de ienes no último ano fiscal.

“Eles foram superados por smartphones e tablets, em particular, em termos de gastos de consumidores e, principalmente, tempo”, disse o analista David Gibson, do Macquarie, em Tóquio.

A companhia, que teve seu início em 1889 fabricando baralhos, foi atingida por uma queda radical nas vendas de seus Wii, o console portátil DS e sua nova versão, o 3DS.

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Há um ano, a Nintendo esperava vender 13 milhões de consoles Wii, 16 milhões de consoles portáteis 3DS e 11 milhões de DS no ano fiscal. Em janeiro, a empresa reduziu sua meta de vendas para os três produtos, abaixando sua previsão relativa ao Wii em 3 milhões de unidades, as expectativas de vendas do 3DS em 2 milhões de unidades e levando à metade suas perspectivas para o DS.

Prometendo retornar sua empresa ao lucro no trimestre fiscal, o presidente-executivo da Nintendo, Satoru Iwata, culpou a valorização do iene e as fracas condições econômicas na Europa pela queda nas vendas. Não é necessário repensar ou mudar os planos para o novo console da Nintendo, o Wii U, insistiu.

Mas o que a Nintendo enfrenta é uma mudança fundamental em hábitos ligados a videogames que analistas argumentam que pode exigir que a empresa reduza seus negócios de hardware e, ao invés disso, busque lucros baseados em Super Mario e outros jogos para aparelhos desenvolvidos por outras empresas.

Seu rival emergente é a Apple, que já é concorrente do titã japonês Sony, e cujos produtos versáteis -o iPhone, o iPad e supostos projetos de um controle para games e “iTV”- estão colocando a companhia em posição de conseguir espaço no mercado de videogames que a Nintendo já chegou dominar.

/ Reuters

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