Tablets: é irreversível

Eles são um dos presentes mais desejados no Natal e podem substituir laptops tradicionais

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Por Camilo Rocha
Atualização:

Eles são um dos presentes mais desejados no Natal e podem substituir laptops tradicionais

 

Impossível evitar esse tal de tablet em 2011. Você liga a TV e aparece um anúncio de banco ou lançamento imobiliário com alguém dedilhando um. Na mesa redonda de esporte, lá está o apresentador a deslizar a mão sobre uma superfície envidraçada. Sem falar no fervor que acompanhou, em março, o lançamento da versão 2 do tablet mais célebre do mundo, o iPad.

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A empresa de Steve Jobs mais uma vez apontou a direção com seu produto, cuja primeira versão saiu em abril de 2010. O sucesso do iPad foi arrasador. Em setembro daquele ano, a Apple chegou a controlar 95% do mercado mundial de tablets, segundo dados da Strategy Analytics.

Três meses depois, de acordo com a consultoria, a participação do iPad havia caído para 75%. O motivo foi a chegada da concorrência. De lá para cá, toda empresa de eletrônicos tratou de lançar um tablet. Muitos são vendidos no Brasil, como o Samsung Galaxy, o Blackberry Playbook e o Motorola Xoom.

A Apple não inventou o tablet. Nos anos 80, já existiam computadores portáteis sem teclado. Depois, vieram modelos que usavam canetas ópticas e os chamados PDAs, “organizadores pessoais” que cabiam na palma da mão. Na década passada, a Microsoft carregou a chama da tela de toque com o Windows XP Tablet Edition. Nada disso, porém, teve alcance maior: os produtos ficaram restritos a uso profissional e não eram vistos como fonte de entretenimento.

O que a Apple fez foi, mais uma vez, reinventar uma ideia. Como aconteceu com o iPod e o iPhone, uma grande fatia dos consumidores passou a querer muito um iPad. A diferença é que, ao contrário das vocações claras dos outros produtos (telefone e tocador de música, respectivamente), muita gente inicialmente não entendeu direito para que servia um iPad. Chegou-se a falar em “iPhone gigante”. Só que o tablet não faz ligações.

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O que todo tablet faz, e disso depende muito da sua graça, é acessar a internet. Todos também têm tela boa para ver vídeos. A maioria filma e fotografa. Todos tocam música e quase todos têm microfone, o que significa que você pode fazer chamadas em vídeo e enxergar a pessoa que está do outro lado da linha (a visão de futuro dos anos 50 está finalmente entre nós).

O tamanho e resolução da tela também fazem desse tipo de equipamento o leitor digital ideal. Um precursor dos tablets atuais nesse aspecto foi o leitor de livros eletrônicos da Amazon, o Kindle, lançado em 2007. Uma nova versão desse aparelho, com acesso irrestrito à internet (o anterior só podia entrar na loja da Amazon e na Wikipedia) e muito mais conteúdo exclusivo, acaba de ser lançado nos EUA pelo valor mais baixo já dado a um tablet, US$ 200 (cerca de R$ 380).

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Os principais jornais e revistas do mundo e do Brasil já têm versões para iPad. Toneladas de livros, nacionais e estrangeiros, foram relançados digitalmente, de Euclides da Cunha à biografia do Lobão. Incluídos aí, centenas de títulos infantis, uma vez que a variedade de possibilidades e manuseio intuitivo fazem dos tablets um sucesso entre crianças.

Assim como nos smartphones, há aplicativos para tudo. Um app conta carneirinhos para dormir. Outro simula as duas picapes de um DJ, com direito a scratch e efeitos sonoros. Entre os mais populares, a julgar pelos rankings de lojas como a AppStore e a Android Market, são voltados para leitura, filmes, compras e redes sociais.

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Em termos de configuração e recursos, o tablet está entre um smartphone e um laptop. A tendência, inclusive, é que ele vire o tipo de computador mais popular entre os consumidores.

Pesquisa recente com cerca de 3.500 consumidores americanos mostrou que 79% preferem ganhar um tablet a um laptop neste Natal. Em outubro, as vendas mundiais de tablets superaram as de netbooks (aqueles menores e mais baratos) pela primeira vez. Foram 13,6 milhões de tablets contra 7,3 milhões de netbooks. O próximo alvo são laptops tradicionais. Um analista citado pelo site AppleInsider disse que 30% dos compradores de iPad estão usando-o no lugar de seu antigo laptop.

A cabeleireira Thaty Maida, de São Paulo, conta que usava laptop antes. “Agora vendi e só fico no iPad!” Ela diz que usa para “tudo: banco, redes sociais, trabalho.” O assessor de imprensa Maurício Sacramento usa seu Galaxy Tab em um contexto mais profissional e segue pelo mesmo caminho. “Meu objetivo é substituir o laptop completamente, pelo menos quando estiver em trânsito”, diz.

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A consultoria IDC calcula que 450 mil tablets serão vendidos no Brasil em 2011. A entidade prevê que o número suba para 1 milhão no ano que vem.

Com tudo isso, a Apple vai pisando em cima de fabricantes como Dell e Asus no caminho de virar a maior empresa de computadores do mundo. Graças ao iPad, ela ficou em segundo lugar no terceiro trimestre de 2011. A previsão é que bata no topo no primeiro semestre de 2012, deixando a atual líder HP para trás.

TABLETS 

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OS EXTREMOS

PREÇO Mais caro: Apple iPad 2 64 GB Wi-Fi + 3G: R$ 2.599 Mais barato:  Positivo Ypy 7 10 GB Wi-Fi: R$ 999

PESO Mais leve: Kindle Fire (413 g) Mais pesado: Motorola Xoom e Acer Iconia Tab A500: (730 g)

TAMANHO Maior: Acer Iconia Tab A500: 260 mm (10,2 polegadas) Menor: Kindle Fire: 190 mm (7,5 polegadas)

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CÂMERA TRASEIRA Mais megapixels: Xoom e BlackBerry Playbook (5 MP) Menos megapixels: Positivo Ypy 7 e Acer Iconia A500 (2 MP)

NOTEBOOKS – Para quem ainda prefere o velho computador

 

O QUE POSSO FAZER COM UM TABLET?

DIVERSÃO INFANTIL | As cores, a resolução e o manuseio intuitivo de uma tela de toque fazem de qualquer tablet um ótimo meio para visualizar livros infantis e games. A lista de opções para os diferentes sistemas operacionais já é vasta.

LER SEU JORNAL | Ou revista preferida. Em qualquer lugar. É só assinar e baixar (às vezes, de graça). As principais publicações do mundo já tratou de providenciar sua versão para tablet. E as que não têm estão correndo para preencher essa lacuna.

VER BELAS IMAGENS | Todos os tablets têm tela HD ou Full HD. Isso quer dizer que você pode assistir a filmes ou programas em qualidade de TV digital. Ou ainda fazer uma videoconferência com alguém do outro lado do mundo com uma boa imagem (quase todos têm câmera também).

SOCIALIZAR DEITADO | Para os que não largam das redes sociais, o tablet é uma boa opção. Não é preciso mais ficar sentado sem conforto com o laptop, nem forçar a vista no smartphone. Com o tablet, você pode curtir no Facebook ou xingar no Twitter deitado no sofá com os pés para cima.

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—-Leia mais:Link no Papel 05/12/2011

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