Tecnologia expande negócios em saúde

Startups investem no uso de tecnologias já conhecidas para melhorar o atendimento médico e facilitar o serviço para pacientes

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Por Ligia Aguilhar
Atualização:

De kits para exames de DNA à aplicação de games em tratamentos de fisioterapia, pequenas empresas investem no uso de tecnologias já conhecidas para melhorar o atendimento médico, facilitar o serviço para pacientes e reduzir os custos

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SÃO PAULO – Fazer exercícios de fisioterapia usando um aplicativo para tablets e testes genéticos pelos Correios são algumas das inovações na área de saúde já oferecidas no Brasil por startups. Essas pequenas empresas de tecnologia com alto potencial de crescimento têm apostado na melhoria nos serviços médicos, criando soluções capazes de reduzir custos e aumentar a produtividade dos médicos.

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A Genomika, startup especializada no sequenciamento genético em larga escala, por exemplo, pretende oferecer por um custo até 50% menor o teste para identificar mutações nos genes BRCA1 ou BRCA2, mesmo exame realizado pela atriz norte-americana Angelina Jolie para identificar o risco de desenvolver câncer de mama e que no Brasil custa entre R$ 6 mil e R$ 9 mil. A empresa foi criada no Recife pelo médico João Bosco Oliveira, que desenvolveu uma tecnologia mais barata para fazer o sequenciamento genético.

“É uma vantagem aumentar o acesso a esses exames porque, se você detectar a mutação exata que gerou um tumor, por exemplo, pode sugerir a droga mais eficaz para o tratamento”, diz Oliveira, que lançou a startup há um mês. “Há muita oportunidade na área de saúde. Nos Estados Unidos já se popularizou a genética direta ao consumidor, pela qual você compra kits pela internet, manda de volta com uma amostra do seu sangue ou saliva e recebe os resultados por e-mail”, diz.

É exatamente esse o serviço oferecido pela DB Genética, startup incubada no Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia (Cietec), em São Paulo. A empresa vende pela internet kits de autocoleta de DNA para identificar a raça de animais e realizar testes de paternidade em humanos.

O processo tornou o exame mais acessível. A empresa planeja expandir os serviços para a área de genômica pessoal, com testes para medir a probabilidade de recém-nascidos terem características como calvície ou intolerância à lactose. Evolução. A primeira geração de startups de saúde criadas no Brasil seguiam o modelo da Zocdoc, empresa norte-americana que lançou um serviço para agendamento de consultas pela internet e levantou mais de US$ 100 milhões em investimento. “Quando entramos no mercado os médicos ficaram inseguros, mas logo perceberam que a tecnologia os ajudava”, diz Daniela Bouissou, médica e cofundadora da Boa Consulta, que oferece serviço semelhante no Brasil.

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Na sequência, vieram os games para tratamentos de reabilitação em fisioterapia, terapia ocupacional e psicologia. Uma das startups da área é a FisioHub, que desenvolveu dois aplicativos de jogos para tablets voltados para pacientes em reabilitação e crianças com problemas de alfabetização.

A inspiração veio da percepção de que outras ferramentas, como os games do Nintendo Wii, não atendiam às necessidades dos médicos. “Percebemos que poderíamos tornar os exercícios mais interessantes, ao mesmo tempo que o aplicativo permite ao médico colher dados sobre o paciente e acompanhar a evolução”, diz o cofundador Yuri Zaidan.

Apesar de promissor, o mercado tem pontos a serem melhorados. O médico Vítor Asseituno, cofundador de uma organização para apoiar empreendedores do ramo, a Empreender Saúde, adiou o plano de montar uma aceleradora para startups de saúde por considerar o mercado incipiente e pela falta de capital de risco. “Talvez daqui a um tempo a gente veja grandes médicos virando investidores para apostar nessas empresas”, diz.

—-Leia mais:Regulamentação médica impede consultas à distância‘Setor mudará de forma drástica’Link no papel – 1/7/2013

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