Tempo ruim na Nokia

Presidente-executivo da empresa prepara-se para encarar investidores frustrados

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Por Agências
Atualização:

O presidente-executivo da Nokia, Olli-Peka Kallasvuo, vai encarar acionistas mais frustrados do que nunca na semana que vem.

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O preço das ações da maior fabricante mundial de celulares não está acompanhando a recuperação do mercado. A empresa será uma das poucas a não registrar crescimento de lucros em 2010, o ano da recuperação econômica, e problemas de software continuam a prejudicar sua linha de celulares inteligentes.

Isso significa que Kallasvuo, que dedicou mais de metade de sua vida à empresa, poderá estar fazendo seu último discurso aos acionistas, caso a Nokia não seja capaz de apresentar um sério desafiante ao iPhone para a importante temporada de compras natalinas.

O histórico demonstra que as perspectivas de que isso aconteça são baixas, o último celular inteligente de sucesso lançado pela Nokia surgiu em 2006, o ano em que Kallasvuo, por muitos anos um dos advogados da empresa, tomou as rédeas da maior empresa europeia de tecnologia.

Passado um ano do lançamento do iPhone, em 2007, a maior parte das rivais menores da Nokia já havia lançado modelos semelhantes.

Na semana passada, a empresa adiou uma vez mais o Symbian 3, a nova versão de sua plataforma de software, vista como primeiro passo para restaurar a competitividade de seus smartphones. O adiamento causou uma onda de venda nas ações da Nokia.

Analistas afirmam que é provável que surjam novos motivos para vendas.

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“Estamos esperando que Wall Street entre em pânico com relação à Nokia neste trimestre ou no próximo, isso aconteceu durante as confusões anteriores de transição de plataformas, em 1997, 2001 e 2004″, disse Tero Kuittinen, da MKM Partners.

Depois que um blog russo publicou uma crítica negativa sobre o primeiro celular a usar o novo software, a companhia esta semana divulgou apressadamente os detalhes de seu novo modelo principal, o N8, mas não conseguiu impressionar o mercado.

Observadores do setor dizem que a Nokia poderia em breve substituir Kallasvuo -que vem realizando um trabalho razoável- a fim de acalmar os investidores.

“A sensação é de que isso acalmaria os investidores”, disse Carolina Milanese, do Gartner.

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A maior mudança estratégica da companhia sob o comando de Kallasvuo, criar uma ampla oferta de serviços na Web, até agora custou mais de 10 bilhões de dólares aos acionistas, mas os sinais de retorno são limitados.

Alguns novos serviços fracassaram em atrair adesão dos usuários enquanto outros a Nokia encerrou ou entregou a terceiros. Nenhum chegou perto de equiparar o sucesso da loja online de aplicativos da Apple.

Analistas têm dúvidas sobre se a Nokia alcançará metas de ter 300 milhões de usuários ou receita anual de 2 bilhões de euros, em 2011, e a companhia tem admitido que a maior parte das receitas virá das operações com smartphones, que terá de pagar internamente por serviços instalados nos aparelhos.

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