PUBLICIDADE

Tinder alcança 13 milhões de 'matches' por dia

Em entrevista no TechCrunch Disrupt, Rad deu pistas de que empresa pode receber em breve nova rodada de investimento

Por Ligia Aguilhar
Atualização:
 

SÃO FRANCISCO – Nem mesmo uma polêmica acusação de assédio sexual envolvendo dois dos cofundadores da empresa foi capaz de barrar o crescimento exponencial do aplicativo de paquera Tinder em todo o mundo. O app atualmente tem 1,2 bilhão de “swipes” (aprovações ou recusas de perfis, a partir do movimento de escorregar uma foto para direita ou esquerda dentro do app) por dia e promove 13 milhões de “matches” (formação de casais que demonstraram gostar um do outro dentro do app), disse o cofundador Sean Rad, no palco do TechCrunch Disrupt San Francisco. A participação do executivo no evento aconteceu em um momento em que circula no mercado de tecnologia especulações de que o Tinder vai receber uma nova rodada de investimento do fundo Benchmark, que elevaria seu valor de mercado para algo entre US$ 750 e US$ 1 bilhão.

PUBLICIDADE

Questionado, Rad deixou escapar um sorriso, e não negou a informação. “Estamos em uma posição privilegiada na qual temos diversas fontes de dinheiro e não precisamos buscar mais capital, mas pensamos sobre isso com frequência” , disse Rad, assumindo que sua empresa é constantemente assediada por investidores. A InterActiveCorp (IAC) é atualmente detentora da maior fatia da empresa.

Nesta semana o Tinder fechou um acordo com Whitney Wolfe, cofundadora e ex-vice-presidente de marketing do aplicativo, que abriu um processo contra sua ex-companhia por assédio sexual e discriminação em um tribunal de Los Angeles, nos Estados Unidos. Ela alegou ter sido xingada pelo cofundador e ex-chefe de marketing do Tinder, Justin Mateen, em repetidas ocasiões, após ter encerrado um relacionamento com ele. Mateen foi suspenso da empresa e o Rad se viu diante do desafio de lidar não apenas com a mancha de uma acusação dessas proporções, mas também com o fato do caso envolver seus dois melhores amigos. “Justin é e sempre será cofundador do Tinder, é meu amigo e muito importante para mim”, disse Rad.

Os advogados de Wolfe confirmaram o acordo entre sua cliente e o Tinder nesta semana, mas não deram detalhes sobre a questão. Em seu processo contra o aplicativo, Whitney também afirmou que Rad ameaçou retirar seu título de cofundadora do aplicativo porque sua imagem de mulher jovem desvalorizava a companhia. A cofundadora foi demitida da empresa antes de abrir o processo. Mateen renunciou ao seu cargo após o escândalo.

 

“Whitney foi contratada no início da empresa para trabalhar com marketing e fez um trabalho fenomenal, especialmente dentro das universidades”, declarou Rad, acrescentando que se pudesse voltar no tempo faria as coisas de um jeito diferente. “É uma situação difícil porque são meus dois melhores amigos e quando você tem esse tipo de proximidade com um time em estágio inicial, os limites não ficam muito claros”, afirmou.

Diante dessa experiência, Rad, ofereceu conselhos para startups definirem qual o papel de um cofundador. “Alguns dizem que cofundadores são as pessoas que estiveram na empresa desde o inicio. Outros dizem que cofundadores são as pessoas que mais contribuíram para o desenvolvimento da empresa. Meu conselho é ser mais inclusivo. Há muitas pessoas ao longo do caminho que terão impacto transformativo e merecem ser reconhecidas”, disse.

Modelo de negócio. Uma dúvida que paira sobre o Tinder é o seu modelo de negócio. Questionado sobre o assunto, Rad diz que a monetização é algo que terá que fazer, mas não quis falar sobre prazos para falar sobre a questão. “Nós podemos adicionar valor para um usuário e depois e cobrá-los por isso. Muita gente acha que existe um conflito entre ganhar dinheiro e adicionar valor, mas isso não existe”, afirmou.

Publicidade

Rad ainda arriscou uns palpites durante a apresentação para os usuários se darem melhor usando o Tinder. “Um erro comum é as pessoas colocarem fotos das mãos, por exemplo, porque isso não conecta com as outras pessoas. A foto precisa mostrar quem você é e do que gosta”, afirmou. A mediadora do painel, a jornalista Jordan Crook, do TechCrunch, então perguntou: “Quão importante é ter um tigre na foto?”, arrancando risos da plateia. “Eu não tenho a menor ideia de onde as pessoas tiram eles”, respondeu Rad.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.