?Trabalhamos todo dia para produzir o PS4 no Brasil?

Executivo da Sony no País fala sobre mercado cinza, produção local, estratégia para o ‘antigo’ PlayStation e jogador brasileiro

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Por Redação Link
Atualização:

ENTREVISTA | Anderson Gracias, gerente geral de PlayStation no Brasil

 

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Murilo RoncolatoBruno Capelas

O lançamento do PlayStation 4 foi bastante conturbado. Como foram as vendas neste ano?Preferimos lançar o PlayStation a R$ 4 mil a ignorar o País só porque o console estaria caro. Hoje, trabalhamos todos os dias para que o preço caia o mais rápido possível. Nossa surpresa é que tivemos uma resposta muito positiva no lançamento, superando as nossas expectativas de mercado – especialmente na venda de jogos. A nova geração tem sido um espetáculo de vendas: superamos em mais de três vezes o que esperávamos vender de jogos no País.

Hoje, é possível encontrar o PS4 a R$ 3 mil no varejo, e a R$ 1,4 mil no mercado cinza. Como a Sony lida com esses preços? Nós não temos como controlar o mercado cinza ou mesmo o videogame que um turista que vai aos EUA traz dentro de sua cota de importação. Não conseguimos saber qual o tamanho dessa base instalada não oficial, mas ela é significativa, sim. Nossa única saída para reduzir o preço é ter a produção local, mas ainda não temos nenhuma previsão de quando isso vai acontecer. Por enquanto, o PS4 só tem uma fábrica no mundo, na China.

A venda de jogos compensa o mercado cinza? Nos últimos anos, trouxemos preços competitivos para o mercado de jogos e conseguimos reduzir o mercado cinza no software. Há vantagens: o preço é bom, temos boa distribuição e há a garantia em caso de defeito no produto.

O que falta para produzir aqui?No início, a demanda global por PS4 foi maior que a nossa oferta. Se não conseguimos atender a demanda global, imagina abrir uma nova fábrica. Não é barato montar uma linha de produção. Mas, repito: queremos produzir o PS4 no Brasil. É parte da estratégia global da Sony.

O brasileiro está jogando mais? Sinto que as pessoas estão mais interessadas em videogames. Qualquer pessoa que vê um jogo num console de última geração vai se sentir interessada por aquilo. Além disso, muitas pessoas começaram a jogar em celulares e tablets, e sentiram vontade de ter uma experiência mais completa com um videogame de mesa. Para nós, o mobile não é concorrente. Além disso, há coisas que ajudam: o preconceito com os games diminuiu, os videogames ficaram mais sociais, o número de canais de venda no varejo aumentou muito e a infraestrutura de internet do País melhorou, o que incentiva as pessoas a jogarem online.

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Qual a importância do PlayStation 3 para a Sony agora? No Brasil, há muito mercado para a geração anterior de consoles, especialmente para as classes C e D. Para essas pessoas, o PS3 é um produto de desejo, e ainda há grandes jogos sendo desenvolvidos para ele. O PS4 é uma Ferrari, mas você pode ter algo antes de ter uma Ferrari. Acredite se quiser, mas hoje ainda encontra-se PS2 sendo vendido no varejo em alguns lugares do Brasil. Há muita demanda.

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