Três estados da Índia proíbem Uber de operar após estupro em Nova Délhi

Motorista já havia sido acusado de crimes sexuais e estava em liberdade sob fiança

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Por Agências
Atualização:
 

NOVA DÉLHI – Os estados indianos de Andhra Pradesh, Telangana e Maharashtra proibiram nesta quarta-feira as operações do aplicativo Uber depois de um motorista contratado pela empresa ter sido acusado de estupro em Nova Délhi, onde as autoridades locais já declararam como ilegal a atividade da companhia.

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Os departamentos de Transporte de Telangana e Andhra Pradesh, além da capital conjunta de ambos os estados, Hyderabad, no sudeste do país, anunciaram a proibição e pediram aos usuários que evitem usar o aplicativo, informou a agência indiana “Ians”.

O governo de Maharashtra, no oeste do país, também ordenou a suspensão da empresa através da internet, segundo afirmou o secretário de Transporte, S.K Sharma, citado pelo jornal econômico “Business Standard”.

A decisão ocorre um dia depois de o ministro do Interior da Índia, Rajnath Singh, pedir aos governos regionais que considerassem a proibição das atividades da companhia americana, que até então operava em 11 cidades do país.

Além disso, a polícia de Nova Délhi registrou uma denúncia contra o Uber por supostamente enganar os clientes ao não comprovar os antecedentes de seus motoristas, como estabelece a lei indiana e empresa garante em seu site na internet.

O suposto estupro ocorreu na sexta-feira, quando o acusado, Shiv Kumar Yadav, teria levado uma passageira a um local afastado e abusado dela.

O motorista, de 32 anos, foi acusado de incomodar uma mulher em 2003, de posse ilegal de armas em 2006 e de estupro em 2011, mas acabou absolvido de todos os casos. Já em 2013, foi acusado de abuso sexual, pagou fiança e espera por julgamento, informou à Agência Efe o chefe da polícia do norte de Délhi, Madhud Verma.

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Outra mulher, Nidhi Shah, apresentou uma queixa ao Uber no final de novembro por causa do comportamento de Yadav após viajar em seu veículo.

“Informei de Shiv Kumar Yadav ao Uber em 26 de novembro. Me disseram em um e-mail que o investigariam. Não foi o suficientemente rápido”, disse ela no Twitter.

O Uber, com sede em San Franscisco, se transformou em pouco tempo e hoje está presente em 250 cidades de 50 países. A companhia é avaliada em US$ 40 bilhões.

No entanto, a empresa enfrenta uma série de ações judiciais e proibições em diferentes lugares do mundo, incluindo nos Estados Unidos. Ontem, promotores de San Francisco e Los Angeles processaram o serviço de táxi afirmando que ele engana os consumidores.

Também ontem, a Justiça da Espanha determinou a proibição do aplicativo em todo país, ao considerar que os motoristas do Uber não possuem autorização administrativa para desenvolver o trabalho e que a atividade representa concorrência desleal.

/EFE

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