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Tropical e digital

Começou o Fórum de Cultura Digital com Gil, John Perry Barlow e terá mais três dias de atividades. Confira

Por Tatiana Mello Dias
Atualização:

Há pouco mais de sete anos, Gilberto Gil, então recém-nomeado ministro da Cultural, participou de um debate com John Perry Barlow, fundador da Eletronic Frontier Foundation. Em comum, além do fato de serem músicos (Barlow foi compositor do Grateful Dead), os dois compartilhavam a mesma visão sobre redes e liberdade.

John Perry Barlow e Gilberto Gil. Foto: Divulgação/Gilberto Gil

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Quem esteve no debate diz que todos saíram empolgados daquela discussão. O encontro inspirou a gestão de Gil no Ministério, levando a cultura digital – até então restrita a poucos grupos espalhados pela web – à agenda política. Muita coisa mudou nesses últimos anos. E, agora, Gil e Barlow voltam a se reunir.

O encontro dos dois é o tema da mesa de abertura da segunda edição do Fórum da Cultura Digital, evento criado pelo Ministério da Cultura para discutir os impactos das novas tecnologias na transformação da cultura. Entre a Tropicália e a cultura digital, os dois pioneiros prometem retomar as conversas iniciadas há oito anos e discutir o que virá na próxima década. O debate inicial será moderado pelo sociólogo Cláudio Prado, do Laboratório Brasileiro de Cultura Digital. “A data coincide com o fechamento de um ciclo de governo, um momento simbólico importante”, diz Rodrigo Savazoni, coordenador do evento. “A ideia é retomar aquela mesa e perguntar para as mesmas pessoas: ‘o que vem pela frente? Qual é a avaliação’”, explica.

Vincent Moon  Foto: Estadão

Depois da abertura, participarão do seminário internacional nomes como Bob Stein (Institute for the Future of the Book), em uma mesa sobre o futuro da literatura, Vincent Moon (La Blogotheque), sobre criação e arte, e Douglas Namale (Voices of Kibera), sobre projetos de cidadania digital na África.

A programação do evento, explica Savazoni, tentou seguir uma lógica de baixo para cima. Foi por isso que eles abriram uma chamada pública para levar pessoas e instituições com projetos relacionados à área ao Fórum. Assim, praticamente todos os inscritos foram chamados – são cerca de 100 trabalhos. O Fórum terá apresentações de experiências e trabalhos acadêmicos de cultura digital.

“Acho que conseguimos fazer que a ideia fosse ganhando muito mais adeptos. Conseguimos aglutinar todas as redes que estão conversando sobre isso, sair um pouco da fragmentação”, diz o coordenador. Neste ano, segundo ele, o evento terá a participação de muitas pessoas de fora do País que querem conhecer a “experiência brasileira”. “Nós estamos trazendo gente que também está fazendo, produzindo. Acho que vamos ter uma conversa horizontal entre pessoas que estão tendo os mesmos desafios”, diz ele. Embora o evento abra com dois veteranos da cultura digital, Savazoni diz que a ideia foi trazer muitos jovens para “renovar o pensamento”. “Afinal, quem vive nesse processo é a nossa geração.”

Os temas quentes também serão discutidos. O Fórum terá uma arena especialmente construída para abrigar discussões em torno da Lei Azeredo e do Marco Civil da Internet, da Lei de Direito Autoral, da regulamentação das lan houses e do Plano Nacional de Banda Larga.

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Para quem gosta de programar e produzir tecnologia, durante os três dias de evento ocorrerão oficinas de programação e arte, incluindo o Transparência HackDay, encontro de desenvolvedores para criar sites e aplicativos relacionados a cidadania.

A programação é extensa e vai até de madrugada, quando filmes serão exibidos. Savazoni compara a programação com a própria internet – um mar de coisas acontecendo simultaneamente. “Acho que vale a pena vir para cá se perder.”

Serviço2º FÓRUM DE CULTURA DIGITAL DE 15 A 17 DE NOVEMBRO, CINEMATECA BRASILEIRA (Largo Senador Raul Cardoso, 207 – Vila Clementino) Entrada gratuita

Faça sua programação

—- Leia mais:Link no papel 15/11/2010

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