Um instituto de defesa da liberdade de expressão enviou uma carta ontem ao presidente norte-americano Donald Trump exigindo que ele desbloqueie certos usuários do Twitter que o seguem na rede social de interesses. Segundo eles, bloquear esses seguidores representa uma violação à primeira emenda da constituição dos Estados Unidos.
A conta oficial de Trump no Twitter (@realDonaldTrump) bloqueou recentemente vários usuários que responderam às suas mensagens com comentários críticos ou que iam contra as ações divulgadas. Quando um usuário do Twitter é bloqueado por uma conta que segue, ele deixa de ver as mensagens publicadas e não é capaz de enviar mensagens.
O Knight First Amendment Institute, da Universidade de Columbia em Nova York, afirmou na carta que o bloqueio retirou o direito de se pronunciar livremente em um fórum público, que é protegido pela constituição norte-americana. A Casa Branca não comentou o caso. O Twitter também preferiu não responder.
De acordo com o advogado sênior do instituto, Alex Abdo, o Twitter é uma forma moderna de uma reunião presencial ou de uma audiência pública promovida pelo governo, duas formas de participação social que são protegidas pela constituição.
Ainda assim, se o instituto processar o presidente norte-americano, Trump pode alegar que sua conta é usada para fins pessoais e não para suas tarefas como presidente.
O intenso uso do Twitter por Trump tem sido foco de atenção da imprensa por seus comentários pouco cuidadosos sobre sua agenda e também para atacar críticos de sua administração. Suas mensagens são, em geral, retuitadas milhares de vezes.
Duas contas. Na carta, o instituto defende o desbloqueio de dois usuários específicos do Twitter, @AynRandPaulRyan e @joepabike, que pertencem a cantora Holly O'Reilly e ao ciclista profissional e escritor Joseph M. Papp, respectivamente. Além dessas duas contas, outras dezenas podem ter sido bloqueadas por Trump, segundo o instituto.
O'Reilly foi bloqueado em 28 de maio, depois de publicar um clipe animado do Papa Francisco parecendo desconfortável durante uma reunião com Donald Trump, com a inscrição "É assim que o mundo inteiro vê você". Papp foi bloqueado em 4 de junho, depois de responder a uma mensagem de Trump em que o chamou de #fakelider (líder falso, em inglês).