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Tudo conectado

Entrevista com Shawn DuBravac, economista-chefe da CEA, entidade que organiza a Consumer Electronics Show

Por Camilo Rocha
Atualização:

Entrevista com Shawn DuBravac, economista-chefe da CEA, entidade que organiza a Consumer Electronics Show

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Shawn DuBravac é o economista-chefe e diretor de pesquisa da Consumer Electronics Association, entidade que representa os fabricantes de produtos eletrônicos nos EUA e que organiza a CES. DuBravac também é professor adjunto no programa de MBA da Universidade George Washington, na capital norte-americana, além de consultor de diversas empresas de tecnologia. DuBravac falou ao Link por telefone sobre tendências de produtos em 2012 que estarão tanto na CES quanto no mercado. Para ele, uma das principais tendências de produtos é “conectividade”.

O que devemos esperar da CES deste ano? Em primeiro lugar, personalização e customização ao extremo. O seu tablet ou smartphone pode ser o mesmo modelo do meu, mas ele parece muito diferente na configuração e no software. Pense na tecnologia nos anos 50, quando a família toda se reunia e ouvia o mesmo programa de rádio ou TV. Hoje, com aparelhos personalizados, podemos até estar na mesma sala vendo o mesmo programa na TV, mas você pode estar com seu tablet e eu posso estar com meu notebook ou smartphone fazendo outra coisa, tendo experiências diferentes. A conectividade também estará por toda parte na CES. Aparelhos que se conectam entre si e à internet. Podemos esperar o sistema operacional Android rodando em equipamentos como máquinas de lavar louça ou roupa, em geladeiras, em cafeteiras, e mais.

O que faz uma cafeteira com Android? Ela pode ir fazendo seu café enquanto você está a caminho de casa. Mais que isso, porém, ela poderá “saber” como você quer o seu café ou como outra pessoa quer o café dela. Como? Ela o reconhece pelas configurações do seu celular. Outro exemplo é a máquina de lavar. Suponha que ela esteja lavando roupas e que você queira ser avisado na hora em que ela termina. Bom, agora você pode receber um aviso, como mensagem no seu celular ou na sua TV. Existe um grill com uma tecnologia bem simples que também avisa quando ele chegou na temperatura ideal. Você liga, vai fazer outras coisas e aí recebe uma mensagem de que ele está pronto. São essas algumas das possibilidades da conectividade dentro de casa.

Quais são as novidades na área de TVs com internet? É uma categoria que tem crescido demais. Eu diria que a TV 3D foi a grande história das últimas duas edições da CES, e a TV com internet ficou mais como o “lado B”. Agora, a TV conectada será um dos destaques de 2012. Em 2010, as TVs conectadas na internet eram 12% das televisões vendidas nos EUA. Para 2011, a expectativa é de que chegaremos a 31% de aparelhos conectados. Este ano espera-se que 48% das TVs vendidas tenham conexão com internet. É interessante porque, pelo menos nos EUA, o mercado de TV está em declínio. O motivo é que 98% das casas americanas já têm uma TV, sendo que é normal ter três aparelhos em casa. Então, o movimento não é então de comprar mais TVs, mas de substituir a TV que está em casa por uma conectada. Cada vez mais serviços e conteúdo poderão ser enviados diretamente para a TV pela internet.

E a conectividade nos games? Você verá novos modos de distribuição de games, muitos mecanismos baseados na nuvem, na conectividade. Uma das coisas bacanas que isso permite é começar um jogo num aparelho e depois continuar em outro. Na CES, você verá tanto hardware como software para todos os perfis.

E o avanço do 3D, continua forte esse ano? Bem, olhando para os EUA – e os EUA se parecem muito com o resto do mundo – as vendas de TVs 3D subiram em 2011 cerca de 160%. Está crescendo, mas ainda é uma tecnologia no seu início, com muito potencial. Muitas pessoas certamente ainda a veem como modismo e, provavelmente, não é algo que foi feito para todo mundo. Nós não iremos assistir a tudo em 3D da maneira como um dia iremos ver tudo em alta definição. O 3D está se tornando rapidamente mais um recurso que vem na TV, assim como o picture-in-picture se tornou. Algumas pessoas usam muito, outras não usam nunca.

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—-Leia mais:O primeiro palco de 2012O delay brasileiroLink no papel – 09/01/2012

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