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TV social

Liberdade e participação são as palavras-chave para entender o futuro da televisão

Por Carla Peralva
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Liberdade e participação são as palavras-chave para entender o futuro da televisão

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Juntos de novo. Hábito de comentar programas em redes sociais retoma a idéia de se reunir para ver TV

Se, em maio de 2009, a revista Technology Review, publicada pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT), listou a televisão social entre as dez tecnologias mais promissoras, em agosto deste ano, a mesma lista incluiu um software de compressão de vídeo que melhora a transmissão de grandes quantidades de dados pela internet e diminui o tempo de resposta de programas baseados na nuvem.

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Uma pesquisa, divulgada na semana passada pela empresa de consultoria Accenture, ouviu consumidores de diversos países e aponta três tendências: o consumo de vídeos online já é um padrão estabelecido e só tende a crescer, esse consumo não deve substituir a televisão – os dois conteúdos vão se complementar – e os usuários esperam ter na web a mesma qualidade de produção que a TV oferece.

Junte essas demandas às tecnologias destacadas como promessas pelo MIT e tem-se algo próximo ao que o que o consumidor já espera que seja a “TV do futuro”: interatividade mesclada a programas e liberdade na escolha da programação e da plataforma onde ela será assistida.

Segundo Renato Improta, executivo sênior de mídia e tecnologia da Accenture, um exigente mercado consumidor está em formação: “Da tela para trás, o consumidor nem quer perceber como a interação se dá, mas, da tela para frente, ele quer ter controle e facilidade para assistir a qualquer programa, seja ele transmitido pelas antenas das emissoras ou via streaming online, em qualquer um de seus aparelhos – Smart TV, console, computador, tablet e smartphone”.

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Assim, as palavras da vez são: liberdade (para escolher a programação sem depender da emissora) e interatividade com outros usuários e com o programa.

Ao redor da TV. Para Niki Strange, organizadora do livro Television as Digital Media (Televisão como Mídia Digital, inédito no Brasil), a TV nasceu como um evento social ao reunir a família na sala em torno do televisor. Com os passar dos anos, o aparelho foi ganhando outros espaços da casa, a programação se diversificou e o hábito de assistir à TV se tornou mais solitário.

Até que as redes sociais – especialmente o Twitter – resgataram o costume de comentar o programa no exato momento em que ele está sendo transmitido – seja ao vivo, quando se tem a certeza que diversas pessoas estão assistindo à mesma coisa, seja por um aplicativo que reúne fãs de um mesmo seriado. O Netflix, que começou a operar no Brasil na semana passada, deve lançar sua plataforma social pelo Facebook por aqui antes dos EUA.

Clarice Greco, pesquisadora do Centro de Estudos de Telenovela da USP, afirma que a interação com a internet promove mudanças tanto na forma de produção quanto no próprio conteúdo dos programas de TV. No caso específico das novelas brasileiras, entre as ações já vistas nesse sentido estão cenas adicionais filmadas especificamente para a internet e perfis de personagens no Twitter, que comentam fatos da trama e conversam entre si e com o espectador. “A história continua fora do programa transmitido pela TV, na internet. A televisão não está isolada, ela faz parte de um ecossistema midiático”, diz Greco.

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Sharon Ross, professora do departamento de Televisão da Columbia College, em Chicago, aponta para outra mudança de conteúdo a partir da interação internet/TV: “Os espectadores começam cada vez mais a participar da construção da narrativa. Pode ser diretamente, votando ou comentando pelo Twitter, ou indiretamente, ao influenciar a forma como os roteiros são escritos”. Ela acredita que os spoilers e os comentários em tempo real sobre os seriados, por exemplo, exigem que os escritores sejam mais criativos para surpreender e cativar o público.

Se a interação vai acontecer toda na tela da TV – como é prometido pelas Smart TVs – ou se a preferências por múltiplas telas vai prevalecer, ainda é cedo para dizer. Tanto Improta como Ross acreditam que há espaço para as duas experiências e concordam que o ambiente mais fácil de ser integrado com outras plataformas vai prevalecer.

—-Leia mais:Futuro ainda distanteTV social começa antes no BrasilTelevisão espertaLink no papel – 12/09/2011

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