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TVs tradicionais também buscam obter mais dados

Embora não tenham acesso a informações tão detalhadas, emissoras esmiúçam redes sociais para decifrar o público

Por Redação Link
Atualização:

Para não ficar para trás na “corrida dos dados”, as produções tradicionais para TV também tentam encontrar nas redes sociais o maior número possível de oportunidades, ainda que não tenham à disposição a mesma quantidade de informações para tratar.

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“Processos tradicionais de medição de audiência e pilotos de programas estão sendo substituídos pela análise de milhares de dados e transações no sentido de entender o que os espectadores querem e como desejam experimentar as coisas”, diz Luis Bonilauri, diretor-associado responsável pela área de mídia e entretenimento na América Latina da consultoria Accenture.

O trabalho da empresa E.Life, que se dedica a entender a audiência de alguns dos maiores programas de TV do País, dá uma dimensão desse esforço. Se é detectado que dentro de um determinado público há muitas dúvidas sobre alimentação, por exemplo, ela vê aí uma pauta: que tal levar um nutricionista para falar no programa?

A análise dos perfis dos telespectadores, por outro lado, pode servir como argumento para venda de espaço publicitário, segundo Breno Soutto, responsável pela área de inteligência da E.Life. Em outras palavras, se a empresa vê que boa parte dos telespectadores de um talk-show gosta de um determinado suco, isso ajuda na hora de convencer uma marca desse setor a anunciar no intervalo do programa em questão.

Para saber as preferências da audiência, a empresa se vale das menções feitas por usuários cujos perfis estão abertos ao público nas redes sociais (aí entram, além das populares, redes específicas para comentar o conteúdo de TV, como o Trakt.tv). Não são poucos. No Twitter, menos de 1% dos perfis seriam privados, segundo estimativas de mercado.

Na avaliação de Luciano Ramos, coordenador de pesquisa de software da consultoria IDC Brasil, o esforço das empresas em criar “valor” a partir de um cruzamento eficiente de dados (provenientes de diversos canais) ainda está em fase inicial – principalmente no Brasil e na área do entretenimento. “A passos de formiguinha, caminhamos para a programação ‘sob demanda’. E só quando esse mercado de fato crescer que vamos começar a ter espaço para o emprego de técnicas de big data e analytics.”

Será uma era, segundo Ramos, em que todos os telespectadores se identificarão para acessar a TV (um “login” que valerá ouro). Quando chegarmos a esse ponto, não é impossível, segundo Ramos, que comecemos a inclusive ver oferta de itens durante a transmissão de algum conteúdo. Ou seja: a possibilidade de comprar o casaco daquele apresentador ou ator apenas clicando em cima do objeto. Faz algum sentido, se levarmos em consideração o espaço quase nulo que existe para publicidade na televisão sob demanda. / N.F.

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