Twitter desafia Chávez

Venezuela é um dos países com maior número proporcional de twitteiros na América Latina

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Por Agências
Atualização:
Foto: Fernando Vivas / Pagos 

O vertiginoso crescimento do Twitter como meio alternativo de informação na Venezuela fez disparar os alarmes para o presidente Hugo Chávez, que, após uma década travando uma “guerra midiática” contra seus opositores, percebeu ter deixado um lado desprotegido: a internet.

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Com 200 mil contas ativas, a Venezuela é um dos países latino-americanos com mais twiteiros per capita entre internautas e, apenas em 2009, o número de usuários do popular serviço de microblogs disparou mais de mil por cento no país.

Jornalistas, líderes de opinião e a mídia no geral, a maioria opositores do governo, se inscreveram em massa no serviço que permite postar mensagens de 140 caracteres para seguidores de seu perfil, contribuindo para dar cada vez mais relevância em uma sociedade em que falta informação.

Embora seu impacto real na cena política venezuelana seja limitado, muitos veem os tweets como uma poderosa ferramenta para desafiar a avassaladora presença midiática de Chávez em um momento em que sua popularidade está em xeque devido às crises elétrica e econômica.

“O Twitter não vai mudar tendências eleitorais, não vai convencer alguém a mudar seu voto. O que está, sim, mudando é a forma de se comunicar e se organizar dos usuários. Isso está dando a eles um poder e uma presença informativa inéditos”, disse Luis Carlos Díaz, do Centro Gumilla.

Analistas acreditam que, com o país tão dividido, as redes sociais poderiam ter um papel importante na mobilização do voto opositor frente à grande máquina eleitoral do chavismo nas eleições legislativas de setembro.

No começo do ano, estudantes que se opõem ao projeto socialista de Chávez coordenaram, através do Twitter, vários protestos contra a retirada da grade da TV a cabo do canal RCTV, cuja concessão de sinal aberto não foi renovada pelo governo em 2007.

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Além disso, um país com uma presença de telefonia celular de 80% e mais 1,2 milhão de smartphones – cerca de 7% do mercado – a médi da América Latina é de 2% – tem o perfil ideal para cultivar o crescimento desse tipo de rede social.

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