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Uber diz que não roubou tecnologia de carro autônomo do Google

Empresa alega que não tem nenhum dos 14 mil arquivos que teriam sido retirados dos servidores do Google

Por Agências
Atualização:
 

O Uber disse nesta sexta-feira, 7, que sua tecnologia de sensores utilizada em seus carros autônomos é "fundamentalmente diferente" da que é usada pela Waymo, divisão de veículos sem motorista da Alphabet, holding que controla o Google. 

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As duas empresas têm se enfrentado nos tribunais desde fevereiro, quando a Waymo entrou com um processo contra o Uber, alegando roubo de tecnologia. A principal acusação recai sobre Anthony Levandowski, ex-funcionário da Waymo, que teria baixado 14 mil arquivos confidenciais da empresa antes de deixá-la para fundar a Otto, uma startup de caminhões autônomos. 

Em outubro passado, a Otto foi comprada pelo Uber por US$ 800 milhões, e Levandowski assumiu o cargo de vice-presidente de engenharia do Uber, sendo o principal responsável pelo projeto de carros autônomos da empresa. Na corte federal, o Uber disse que nenhum dos 14 mil arquivos foram localizados em seus servidores. 

"Nossos registros mostram que o Uber nunca possuiu ou usou qualquer informação que Levandowski poderia ter retirado da Waymo", disse o Uber em um documento entregue à corte. Na semana passada, ao ser chamado para testemunhar no caso, Levandowski invocou o direito da Quinta Emenda da Constituição Americana, que diz que qualquer pessoa pode se negar a testemunhar em um caso se suas declarações puderem incriminá-la. 

Há, no entanto, um ponto peculiar nessa história: durante as audiências do caso, Levandowski nunca entregou os arquivos que teria pretensamente roubado, e o Uber – que nunca negou o roubo –, disse que não pode forçá-lo a entregar os arquivos. Na última quarta-feira, o juiz do caso, William Alsup, pediu à empresa que fizesse uma varredura em seus servidores para encontrar os arquivos. "Vocês ainda não buscaram direito", disse ele. 

Além disso, Alsup sugeriu que o Uber tem o controle sobre Levandowski, alegando que a empresa pode demitir o executivo caso ele mostre que de fato roubou os arquivos. "Se você não consegue achar os arquivos no seu computador, vai haver uma punição. Ninguém está negando que Levandowski tem os 14 mil arquivos", disse Alsup. "Além disso, você tem na sua folha de pagamentos alguém que pegou 14 mil documentos e pode utilizá-los", comentou o juiz, para o Uber.

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