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Uber e Lyft 'derrubam' uso de táxis em 64% nos EUA

Segundo a agência de transportes de São Francisco, empresas de tecnologia de transporte causaram 'claro impacto' na indústria do táxi

Por Murilo Roncolato
Atualização:
 

SÃO PAULO – No Brasil, o aplicativo de transporte em carro particular Uber começou há pouco tempo. Em junho, estreou no Rio de Janeiro, depois São Paulo e, na semana passada, em Belo Horizonte – como antecipou o Link. Mas em São Francisco, na Califórnia, onde estão baseadas não só o Uber, mas também o Lyft e o Sidecar (startups que oferecem serviços semelhantes) o modelo alternativo aos táxis já vem ganhando escala pelo menos desde 2012.

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A última notícia da terra do Vale do Silício é um relatório detalhado da Agência de Transportes Municipais de São Francisco sobre a situação dos táxis – vistos declaradamente como “inimigos” pelo Uber – na cidade. E, em resumo, a coisa está feia.

O documento intitulado “Situação da Indústria do Táxi” (veja na íntegra, em inglês) mostra que entre março de 2012 e julho de 2014, o número de corridas de táxi caiu de 1.424 por mês para 504.

 

Segundo a diretora da Agência de Transportes municipal, Kate Toran, a estabilidade da indústria de táxi foi “claramente impactada de maneira geral” pelas empresas de tecnologia.

Estudo publicado em agosto pela Universidade de Berkeley, na Califórnia, constatou que 92% das corridas particulares feitas por meio de aplicativos como Uber e Lyft (chamada de “corrida sob demanda”) chegavam a seus destinos em menos de 10 minutos, enquanto apenas 16% dos táxis faziam o mesmo. Quase 40% dos táxis levavam mais de 20 minutos para o mesmo trajeto.

A pesquisa mostra ainda que 35% dos entrevistados preferem usar o transporte oferecido por Uber e demais apps pela facilidade de pagamento. Outra parcela (30%) diz ainda que os preferem por terem de esperar menos para serem atendidos.

Fatia de mercado

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Entre os aplicativos também há rivalidade, mas segundo a mesma pesquisa (Berkeley), analisando bairros de São Francisco, o Uber com seus serviços UberX (carros mais populares) e o tradicional (para os chamados “carros pretos”, mais luxuosos) está na frente. O primeiro modelo de serviço oferecido responde por 53% das corridas; e o segundo, 8%. O Lyft vem atrás com 30% das corridas e o Sidecar tem 7%. O resto do bolo é dividido entre serviços menores.

Resistência

Em São Paulo, o Uber é confrontado pela Secretaria de Transportes municipal, que afirma que o serviço opera clandestinamente na capital paulista, já que seu modelo de negócio viola a legislação, que prevê que transporte particular como atividade comercial só possa ser oferecido por táxis, previamente regulamentados pela Prefeitura. Ao Link, o diretor do Departamento de Transportes Públicos de São Paulo (DTP/SMT), Daniel Teles Ribeiro, disse que estudava com o jurídico se seria possível derrubar o serviço. A empresa enfrenta problemas semelhantes também na Alemanha.

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