NOVA DÉLHI- O Uber, serviço norte-americano que permite que pessoas busquem motoristas online, teve seu funcionamento banido na capital da Índia depois que uma passageira acusou um dos funcionários do aplicativo de estuprá-la.
Apesar de ter sido preso por alegações de abuso sexual há três anos, o motorista teve seu cadastro aceito pelo Uber. Em contrapartida à acusação, o Uber está proibido de fornecer serviços na região de Nova Délhi pelo departamento de transporte local.
Além de chamar atenção aos perigos enfrentados por mulheres na Índia, o ataque também mancha a reputação do Uber após a empresa ter alcançado na última semana o valor histórico de US$ 40 bilhões. A nova marca, que consagrou o Uber como a “startup mais valiosa do mundo”, foi conquistada após uma rodada de investimentos de US$ 1,2 bilhão.
“Mantendo em vista a violação e o crime horrendo cometido pelo motorista, o departamento dos transportes baniu todas as atividades relacionadas ao oferecimento de qualquer serviço de transporte pelo Uber”, disse o comissário especial Kuldeep Singh Gangar.
Uma porta-voz do Uber disse que não poderia comentar de imediato o assunto.
O motorista preso, Shiv Kumar Yadav, compareceu ao tribunal nesta segunda-feira e teve a prisão preventiva decretada e ficará em custódia por três dias. A polícia indiana disse que estão considerando medidas jurídicas contra o serviço por falhar em verificar o histórico do motorista. A companhia disse que não há regras definidas na Índia sobre verificações de histórico para licenças de transporte comercial e que está trabalhando com o governo para tratar da questão.
“O que aconteceu no fim de semana em Nova Délhi é horrendo”, disse o presidente-executivo do Uber, Travis Kalanick, em comunicado antes da empresa ser proibida na capital indiana. “Faremos tudo, eu repito, tudo para ajudar a levar este criminoso à justiça.”
/ REUTERS