
Pedro Doria
Um projeto para o futuro digital do Brasil
Empreendedorismo é chave para que País pegue ondas de transformação
28/07/2022 | 19h56
Por Pedro Doria - O Estado de S. Paulo
Pedro Doria: 'Estado brasileiro ainda não é digital, apesar das ilhas de excelência'
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Na próxima segunda-feira, o grupo Derrubando Muros (DM) – do qual faço parte – lançará um e-book gratuito que leva o título Uma Agenda Inadiável. É uma proposta de caminhos para o Brasil.
Perante um presidente golpista, a defesa da democracia se torna prioritária nesta eleição. Só que isso afasta das conversas um tema que é também fundamental. O País está num buraco. É preciso ter um projeto e é a isso que o DM se propôs. O grupo é apartidário. Dele faz parte gente com inclinações políticas diversas e que votará em nomes distintos para a presidência dentre os candidatos democratas. Pelo menos dois temas interessam quem se preocupa com o futuro digital do País.
Quem assina cada capítulo é um time de especialistas, pessoas que estão realmente entre os melhores em suas áreas. Segurança, por exemplo, ficou a cargo de Ilona Szabó, Melina Risso e Joana Monteiro, do Igarapé. Horácio Lafer Piva se debruça sobre a indústria do futuro. Pedro Hallal, Eduardo Jorge, Robson Capasso e Miguel Lago pensam a Saúde.
Silvio Meira, criador do Porto Digital em Pernambuco, nos desafia a imaginar o mundo figital que se aproxima — quando o digital se misturar com o real. O Estado brasileiro ainda não é digital, apesar das ilhas de excelência. Para ele, os investimentos urgentes são três. Formar mais gente nas áreas técnicas. Fazer com que a estratégia de desenvolvimento de pessoas seja também uma estratégia de combate à desigualdade. E envolver o setor privado, fomentando investimento em inovação e empreendedorismo.
Empreendedorismo é chave para que o País pegue as diversas ondas de transformação. Fersen Lambranho, CEO da GP Investimentos, e Juliano Seabra, do Banco Interamericano de Desenvolvimento, são os responsáveis por este capítulo.
A palavra ainda soa, a alguns, como coisa por combater, como se nas periferias brasileiras não estivesse já brotando uma rica cultura de criação de negócios. Mas apenas 1% das empresas que empregam pessoas conseguem crescer mais de 20% ao ano por três anos seguidos. Isso é pouco e está diretamente ligado ao drama do baixo crescimento brasileiro. Para esta pauta andar, uma reforma tributária que favoreça quem está começando um negócio é fundamental. Hoje, o sistema pune o empresário que consegue crescer logo que começa a levantar voo. Será preciso também educação empreendedora e apoio do BNDES para empresas que demonstram alta performance.
O bolsonarismo representa o fim da Nova República. No futuro, um novo Brasil nascerá. Não custa sonhar alto.
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