'Vaquinha' é opção para startups em estágio inicial

Para empreendedor, financiamento coletivo ajuda a conseguir aporte sem abrir mão de grande fatia do negócio

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Por Ligia Aguilhar
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SÃO PAULO – A empreendedora Fabiany Lima está com um pedido de captação de R$ 200 mil em aberto na Broota para a sua startup TimoKids, desenvolvedora de um app de histórias e jogos infantis educativos. Até agora, conseguiu 45% do valor com o apoio de mais de 26 investidores diferentes.

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“O investidor-anjo brasileiro tem a cultura de buscar empresas em estágio mais avançado de geração de receita e a minha empresa precisa investir primeiro na aquisição de usuários para gerar receita por downloads”, explica Fabiany. “Muitos empreendedores como eu têm dificuldade de ultrapassar essa fase. Escolhi o financiamento coletivo para conseguir dinheiro para crescer”, diz.

O prazo menor para captação do aporte é outra vantagem apontada por ela. Enquanto a negociação com investidores-anjo pode levar de quatro a seis meses, a aprovação dos documentos pela plataforma de financiamento coletivo demorou menos de um mês.

Já o americano Drew Beaurline levantou R$ 650 mil para sua startup Construct, baseada no Brasil, que desenvolve um aplicativo de gestão de projetos para a construção civil. Parte do valor foi recebido por meio de um clube de investimento da Fundacity. Para ele, uma das principais conquistas do financiamento colaborativo foi não precisar abrir mão de uma fatia muito grande da empresa – no geral, o valor negociado nas plataformas é de 10% .

“Existe uma lacuna enorme de investimento-semente no Brasil e uma cultura estranha que prega que se alguém te dá R$ 1 mil você precisa dar 50% da empresa em troca para ela”, diz Beaurline. “Para empresas menores que buscam cerca de R$ 200 mil é uma ótima opção”, diz.

Samir Iásbeck, da startup Qranio, fez seu primeiro investimento pela Broota, na empresa de Fabiany. “É uma chance de financiar mais projetos com menos dinheiro e dar a possibilidade de investidores menores participarem do ecossistema de startups”, diz.

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