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Vazamento por via direta

Após baixas no Wikileaks, Julian Assange procura brasileiros para lançar projeto

Por Tatiana Mello Dias
Atualização:

Julian Assange está revendo suas companhias. Depois de sofrer duras baixas no WikiLeaks, agora ele quer ficar mais próximo do público – e menos dependente dos veículos de imprensa.

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O primeiro passo para isso foi dado nesta semana com a criação do WikiLeaks Roundtable, uma plataforma em que o fundador do site responderá a questões do público em entrevistas em vídeo. “Essa não é uma conferência de imprensa.É uma conferência de pessoas”, diz Assange no vídeo de lançamento do site.

No WikiLeaks Roundtable, acontecerão sabatinas ao vivo com Assange. A ideia é realizar encontros virtuais periódicos em que o público envia as questões pelo Twitter usando a hashtag #wlquest.

A plataforma foi criada por brasileiros – o pessoal da comunidade Transparência HackDay. “Eles nos procuraram com essa intenção: um projeto de comunicação direta do Assange com usuários da rede. Nós achamos a ideia excelente, porque consideramos que é mesmo interessante ‘desmidiatizar’ o WikiLeaks”, diz Daniela Silva, uma das responsáveis pelo projeto.

O fato é que o fundador do WikiLeaks está revendo seu entorno. O site teve baixas no últimos meses. Perdeu pessoas e tecnologia: está com dificuldade de continuar garantindo segurança e processar informações. Por isso, em janeiro, o WikiLeaks deixou de ser aberto ao público.

A baixa mais dolorosa é a de Daniel Domscheit-Berg, ex-número dois, que acaba de lançar o livro Inside WikiLeaks em que classifica Assange como irresponsável, paranóico e “obcecado por poder”. Ele diz que o site é “caótico” e “foi se corrompendo pelo poder e o segredo”. Domscheit-Berg também confesssa ter sabotado a organização – o que será o principal argumento no processo movido contra ele.

No WikiLeaks, Domscheit-Berg usava o pseudônimo Daniel Shmitt e era o principal porta-voz do grupo. Ele saiu do site em setembro após brigas e a acusação de que teria vazado segredos internos da organização.

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Agora, lançou seu próprio site de vazamentos: o OpenLeaks, que foi desenvolvido com um programador que também já trabalhou para o WikiLeaks. Ele é conhecido apenas como O Arquiteto. O novo site não publicará nem analisará os documentos que receberá, mas servirá como um canal para levar as informações à parceiros como ONGs e veículos de imprensa.

Sabatina A primeira rodada já aconteceu; Assange respondeu a questões enviadas por pessoas comuns

2. O Wikileaks continuará como uma organização secreta ou você a levará a outros países, operando globalmente? O Wikileaks não é uma organização secreta, só temos que proteger nossas fontes. Estamos crescendo e inaugurando escritórios nacionais concretos.

3. Eu me perco no grande volume de informação. Você tem algum conselho? Que documentos merecem maior atenção? Procure o que for mais próximo de você. Porque isso as outras pessoas provavelmente não conhecerão tão bem.

—- Leia mais:Link no papel – 14/02/2011

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