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VICE recebe investimento de US$ 500 milhões

Com os investimentos de dois fundos, companhia responsável por revista online passa a ter valor de mercado de US$ 2,5 bilhões

Por Agências
Atualização:

Cecilia KangThe Washington Post

 

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A provocadora revista online Vice anunciou ter recebido US$ 500 milhões em novos investimentos para expandir operações no campo de mídia centradas na tecnologia. Os fundos são a Technology Crossover Ventures, empresa de capital de risco do Vale do Silício e a empresa A+E Networks, resultando em uma valorização da Vice em US$ 2,5 bilhões.

Os investimentos e a valorização da revista online fundada por Shane Smith, seguem o mesmo caminho de outros investimentos feitos por líderes empresariais e investidores no setor de mídia. Shane Smith fundou a revista em 1994, expandiu-a para o meio online nos anos seguintes até consolidar-se no site Vice Media, em 2011.

“Achamos que estas parcerias nos colocam na linha de frente da convergência entre mídia e tecnologia, ao mesmo tempo preservando e protegendo nossa independência”, disse Smith em comunicado. “O conteúdo de alta qualidade e plataformas de tecnologia inovadoras conduzirão a Vice a uma nova fase de crescimento em nossa busca incansável de total domínio da mídia”.

O público da Vice é formado majoritariamente pela chamada geração Y – jovens entre 18 e 35 anos. Eles são os primeiros a usar seus celulares e não jornais ou computadores de mesa em busca de notícias. Hoje a revista chega a mais de 150 milhões de pessoas mensalmente através de suas várias plataformas.

A Vice e o Buzzfeed – que ofuscaram sites online como os do New York Times, CNN e The Washington Post – seduziram o Vale do Silício com seu enfoque jornalístico não convencional, focado na tecnologia. Vice, com seus documentários na Coreia do Norte e uma entrevista com um canibal, rapidamente tornou-se um atrativo especialmente para os jovens. A reportagem mais popular no site nesta semana contava a experiência do autor ao usar cocaína de um jeito, no mínimo, incomum.

A Vice tem um canal muito popular no YouTube e suas matérias são criadas para serem compartilhadas nas redes sociais. “A Vice Media é uma companhia de mídia de próxima geração muito bem posicionada”, disse Jay Hoag, sócio fundador da TCV, no comunicado. A empresa tem investimentos no Netflix, Facebook e CNet.

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O interesse na Vice surgiu depois de meses de notícias de que grandes companhias de mídia, como a Time Warner, 21st Century Fox e Disney também estavam de olho na empresa.

Investidores do Vale do Silício estão muito interessados em selecionar sites que conseguem atrair grande público. De início a estratégia foi desacreditada por alguns críticos de mídia. O sucesso do Buzzfeed começou com artigos apresentados em forma de lista numerada e a Vice foi considerada muito vulgar para o público mais convencional. Mas ambas se expandiram para o campo da informação mais séria oferecendo uma perspectiva mais compatível com os leitores mais jovens e ligados em seus celulares.

Com os investimentos as empresas devem expandir suas operações para entretenimento em vídeo de longo formato, notícias e jornalismo investigativo.

O investimento é muito maior do que os US$ 50 milhões que Andreessen Horowitz fez no Buzzfeed. Numa postagem explicando o investimento no mês passado, o sócio de Horowitz, Chris Dixon, afirmou que os sites de notícias que se concentram nos mecanismos de distribuição rápida estão posicionados para ter sucesso.

“Muitas das grandes empresas de mídia foram criadas graças às tecnologias emergentes. Foi o caso da Time Inc. que se desenvolveu graças à impressão colorida, a CBS que teve por base o rádio, a Viacom que surgiu graças à TV a cabo”, escreveu Dixon em seu blog.

“No momento, estamos no meio de uma mudança tecnológica em que, cada vez mais, a notícia e o entretenimento são distribuídos nas redes sociais e consumidos em aparelhos móveis.”

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