Vivo; TIM e Claro vão participar do leilão 4G, Oi e Nextel ficam de fora

Em processo de fusão com a Portugal Telecom, Oi disse que vai usar a faixa dos 2,5 GHZ; já Nextel enfrenta problemas com crise de controladora nos EUA

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Por Agências
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BRASÍLIA – As operadoras Vivo, TIM e Claro se cadastraram nesta terça-feira para participar do leilão da faixa de frequência de 700 MHz para telefonia móvel de quarta geração (4G). Oi e Nextel ficaram de fora.

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O leilão ocorre em 30 de setembro. A faixa de 700 MHz é considerada importante para complementar a frequência de 2,5 GHz comprada pelas operadoras no leilão em 2012 e que arrecadou R$ 2,93 bilhões.

Após o fim do prazo para credenciamento das empresas interessadas no leilão, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) recebeu documentos e as propostas dos grupos que se cadastraram, que incluíram também a Algar Telecom.

A Oi, que fechou o primeiro semestre com dívida líquida de cerca de R$ 46 bilhões e está se fundindo com a Portugal Telecom, informou que optou não se credenciar para o leilão e que vai usar a faixa de 2,5 GHz.

“No 4G a Oi possui a faixa 2,5 GHz para servir os seus clientes e atender às obrigações de cobertura até 2017, podendo no futuro vir também a utilizar a faixa de 1,8 GHz”, disse a companhia em comunicado ao mercado.

A Oi afirmou ainda que decidiu manter a sua estratégia de investimento em projetos estruturantes de rede, considerando que a faixa leiloada só poderá ter uso pleno em 2019.

Já a Nextel, cujo controlador, o grupo norte-americano NII Holdings entrou com pedido de proteção judicial contra credores em 15 de setembro, comentou que “continuará atenta a toda oportunidade de investimento para crescimento e desenvolvimento do negócio”.

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A Nextel citou em comunicado à imprensa a intenção da Anatel de realizar no próximo ano leilão de sobras frequência que incluiria, por exemplo, uma banda de 1,8 GHz, em São Paulo, que pertencia à operadora Unicel.

Analistas consideraram a decisão da Oi de não participar do leilão como um reforço a rumores no mercado sobre novas consolidações no mercado brasileiro de telecomunicações, depois que a Telefônica fechou acordo recente para a compra da GVT, e apostam em perda de competividade do grupo brasileiro.

“Acreditamos que a companhia não será competitiva sem espectro na faixa de 700 MHz (…) O espectro de 2,5 GHz exige mais investimento e é menos eficiente em termos de cobertura que o de 700 MHz”, afirmaram analistas do Itaú BBA em nota, afirmando que entre as operadoras, a Oi é a empresa que tem menor presença no espectro “mais baixo”. “O 700 MHz é importante para a empresa”, afirmaram.

A decisão da Oi de não participar também foi uma “surpresa” para analistas do Bradesco BBI, que esperavam a presença das quatro maiores operadoras do país no leilão da próxima semana.

“O resultado final da decisão da Oi é negativo, uma vez que deve colocar pressão sobre a companhia em sua tentativa de comprar a TIM”, disseram os analistas do Bradesco BBI em nota. “Além disso, no caso de não haver nenhuma consolidação importante, isso deve afetar a competitividade da Oi no mercado celular, que ainda segue tirando tráfego de serviços de telefonia fixa”, acrescentaram.

/ REUTERS

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