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Opinião|Voz, voz, voz

Os assistentes de voz ganharam o cotidiano e estão tornando o texto cada vez menos atraente

Atualização:
O Google Home é a caixa de som inteligente equipada com o Assistant Foto: Google

A forma como interagimos com a tecnologia evoluiu. Antes, digitávamos nos dispositivos. Agora, conversamos com eles. Para você ter ideia, 20% das pesquisas no aplicativo do Google são hoje feitas por voz. Seu sistema já reconhece 95% das palavras – equivalente ao nível humano de precisão. No fim deste ano, serão 200 milhões de lares globais equipados com uma Alexa, Google Home ou outro aparelho similar. E multidões também usam Siri, Bixby e Cortana – além da própria Alexa e Google Assistant – em seus celulares. Os assistentes de voz ganharam o cotidiano e estão tornando o texto cada vez menos atraente.

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A fala tem potencial de ser a interface padrão entre pessoas e máquinas. E a velocidade é um dos principais motivos. Os seres humanos, em média, dizem 150 palavras por minuto. No entanto, só digitam 40. Não é à toa que os emojis se popularizaram, pois seu benefício é intuitivo. Com eles, enviamos mensagens gastando menos tempo e esforço.

Periodicamente, adotamos novas maneiras de nos comunicarmos com a tecnologia. Lá atrás, eram comandos de texto. Depois, interfaces gráficas. Hoje, celulares. A voz, porém, oferece alternativas ainda mais eficientes. Posso dizer para o Google Home, por exemplo, apagar as luzes, ajustar o ar-condicionado e programar o alarme. Também posso fazer isso com uma única expressão, como “Hey Google, boa noite”. A economia de tempo pode parecer pequena, mas representa uma mudança significativa nas expectativas do usuário. Já imaginou que esticar o braço para desligar o abajur, girar o termostato para regular o ar e pegar o celular para acionar o alarme poderia se tornar a rota mais difícil e lenta?

Bem, talvez você pense – como muitos – que isso é bobagem. Que esses aparelhos têm pouca utilidade. E que só servem para tocar música. De fato, eu realmente acho que a maioria das pessoas ainda não entendeu o que está por vir.

Ao pedir para a Alexa comprar algo, como shampoo ou cereal, ela recomendará um produto. Essa simples indicação altera as regras do jogo. Você acha que as prateleiras dos supermercados têm poder? Ser destaque em milhões de assistentes de voz – bilhões, em breve – dará a qualquer empresa uma facilidade de acesso jamais imaginada ao seu consumidor.

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Esses dispositivos mudam o conceito de projetos. Não é mais mobile first (móvel primeiro, em tradução literal). É voice first (voz primeiro). As telas de hoje vão virar alto-falantes amanhã. Marcas se tornarão invisíveis. Além de projetá-las visualmente, deveremos pensar em como vão soar. E a publicidade? Além dos anúncios em texto, imagem e vídeo, teremos peças em áudio também. Há, enfim, um universo de tendências sobre esse assunto, que foi um dos temas do SXSW de 2019, um dos maiores eventos de inovação do mundo. Se nos próximos meses você se encontrar dialogando com eletrodomésticos, não é loucura. É tendência.É SÓCIO DA EMPRESA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA STARTSE

Opinião por Maurício Benvenutti
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