Waze quer atrair anunciantes grandes e pequenos no Brasil

Ferramenta já tem 6 milhões de usuários no Brasil; TVs e rádios também são vistos como possíveis parceiros

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Por Camilo Rocha
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SÃO PAULO – A rápida adesão do brasileiro ao aplicativo de navegação israelense Waze tem empolgado seus executivos. Segundo a empresa, o Brasil hoje só perde para os Estados Unidos em número de usuários, totalizando seis milhões em dezembro. Em encontro com jornalistas em São Paulo, dois executivos estrangeiros da empresa falaram sobre como o Waze vem buscando converter essa crescente popularidade em oportunidades para anunciantes e parcerias com outras formas de mídia.

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Eric Ruiz, chefe de negócios para a América Latina, e Samuel Keret, vice-presidente de desenvolvimento de negócios, falaram ao Estado em um hotel em São Paulo, pois a empresa ainda não tem escritório próprio, nem tem planos de tê-lo. Segundo eles, a empresa “não considera necessário”. Já nos Estados Unidos, o escritório próprio não existe mais, com toda a equipe tendo mudado para o Google, que comprou a startup em junho de 2013.

Mesmo que não estivesse sob as asas do gigante de buscas, a empresa estaria em situação financeira confortável, garantem os executivos. “Teríamos bons lucros de qualquer forma, graças ao que ganhamos com anúncios”, diz Keret. A empresa resolveu adotar anúncios em 2010, dois anos depois de sua fundação. ‘Tivemos que sair dos formatos tradicionais, pois estamos lidando com motoristas, não podemos ter um banner piscando na tela.”

“Ao mesmo tempo”, continua. “É um público-alvo ótimo: são motoristas, geralmente têm carro, têm smartphone, não são crianças e têm renda. Sabemos onde você está e para onde vai”. Segundo os executivos, o modelo criado e hoje em uso em mais de 20 países. tenta dar um caráter de serviço para o anúncio.

O aplicativo desenvolveu uma ação recente com o filme Capitão América, a primeira ligada a cinema no Brasil. Usuários à procura de um cinema ou passando perto de alguma sala recebiam a informação sobre onde o filme estava passando.

“A inserção tem que ter relevância para o usuário”, explica Ruiz. Um formato muito utilizado é a exibição no mapa de unidades de uma empresa.

Keret acrescenta que a empresa já recusou muitos anunciantes grandes com base nessa premissa, inclusive no Brasil. “Empresas de refrigerante ou de sabonete, por exemplo, lidam com produtos que não têm uma localização. Eles querem colocar esses produtos no mapa e temos que dizer não”. Acordos já foram fechados com empresas como Itaú, Bradesco, Fiat e a loja de conveniência am/pm, da Ipiranga.

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Pequenos. Os executivos do Waze contam que além dos grandes anunciantes, pequenos negócios também representam uma fonte de renda da empresa. “São nossa ‘cauda longa’”, brinca Ruiz. O Waze, segundo ele, está aberto a qualquer tipo de negócio. Basta entrar no site da empresa, cadastrar os dados e calcular o valor de seu anúncio, conta feito pelo Waze. “Nunca mais que US$ 50 mensais”, garante Keret. O site ganhou semana passada uma versão em português e já conta com “milhares de negócios” segundo os executivos da empresa.

Aparecer no mapa não é tão fácil. Compreensivelmente, a empresa busca limitar a quantidade de logos e citações no mapa, para não haver congestionamento visual. “Mantemos três itens por vez no mapa”, diz Keret. “Escolhemos isso baseado no valor que você pagou, há uma hierarquia, e também consideramos horários de funcionamento”.

O Waze também quer fazer parcerias com outras formas de mídia, como rádio e televisão. O programa de noticiário local Radar RJ, da TV Globo, tem exibido mapas de velocidade do trânsito em vias do Rio de Janeiro que usam informações o Waze. Segundo eles, já existem parcerias similares nos EUA, com a emissora ABC, e no México, com a Televisa.

Segundo Ruiz e Kertel, a empresa também enxerga o rádio como grande parceiro em potencial e gostaria muito de fechar acordos de conteúdo com estações brasileiras, embora nada de concreto exista ainda.

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