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Zuckerberg alfineta Google e descarta China

Em entrevista, o criador do Facebook fala do futuro da rede social e da competição com gigantes como o Google

Por Murilo Roncolato
Atualização:

Em entrevista, o criador do Facebook fala do futuro da rede social e da competição com gigantes como o Google 

 

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SÃO PAULO – O criador da rede social mais acessada do mundo conversou por quase uma hora com o jornalista Charlie Rose, em seu programa de entrevistas do canal Bloomberg. Dentre os principais temas, Mark Zuckerberg falou sobre a ausência de esforços em tornar o Facebook permitido na China, relembrou Steve Jobs e discutiu as batalhas de mercado com Amazon, Apple e, o seu maior rival e alvo de alfinetadas, Google.

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“O Google, eu acho, de certa maneira, é mais competitivo e, certamente, está tentando construir a própria versão mini do Facebook”, diz comentando sobre a rede social Google+, lançada em junho deste ano.

Questionado insistentemente por Charlie Rose sobre a “guerra” entre as empresas, Zuckerberg refutou a ideia de “guerra” e deixou a entender que, na verdade, a competição com o Facebook ainda não acontece. “Se você é a Amazon e uma das grandes estratégias suas é vender Kindles, então, você pode vender mais coisas, certo. Se você é a Apple, grande parte da sua estratégia é vender aparelhos porque é assim que você faz dinheiro. Se você é o Google, querem que o Android seja adotado por mais pessoas possíveis (…) O nosso objetivo não é construir uma plataforma; é estar em todas elas. Nossa missão é ajudar as pessoas a se conectarem (…) não importa por qual aparelho. Nós queremos estar em todos os lugares”.

Aos 27 anos, Zuckerberg relembra a época em que o Facebook surgiu com o intuito de ser apenas um canal de comunicação entre amigos e avalia que a filosofia ainda não mudou, e este, diz, seria o diferencial do seu produto. Para ele, empresas como o Google fazem uso da “sabedoria das massas” (como seu serviço de buscas, por exemplo) enquanto o Facebook usa a “sabedoria dos amigos”, o que gera mais interatividade e confiança pelos usuários. Para o empresário, não se trata apenas de uma forma como o Google atuava, mas de como a web funcionava – no passado mesmo.

A ex-Google e atual COO do Facebook, Sheryl Sandberg, participou da entrevista e opinou: ”O que as pessoas pensam? O nosso (produto) é estruturado em um lugar totalmente diferente, é uma evolução. A ‘web da informação’ ainda existe e é vastamente usada, mas a ‘web social’ não existia. E nem poderia existir enquanto não você não pode ser realmente você online. Eu tenho que ser eu. Ele tem que ser Mark Zuckerberg (…) Uma vez que estamos conectados como nós mesmos e ligados a nossos amigos, então você pode ter a evolução daquilo que se tornou a web social.”

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Daqui para frente. Mark Zuckerberg disse que, por enquanto, está voltando seus esforços para “coisas mais fáceis” do que emplacar a sua rede social na China, que tradicionalmente veta o uso de redes sociais no país. “Em algum momento, eu acho que haverá algumas discussões sobre o que é preciso fazer para chegarmos lá e, então, quando estivermos nesse ponto, teremos que descobrir se estamos dispostos a fazê-lo.”

Sobre o futuro, Zuckerberg arrisca um mundo com a cara do que os serviços da sua rede social oferecem hoje, só que melhorados. ”Agora você está conectado a todas essas pessoas, você pode ter uma melhor experiência musical, uma melhor experiência assistindo filmes, pode ver o que seus amigos estão lendo e aprender a que notícias você deve dar prioridade. Todas essas coisas, eu acho, vão ficar ainda melhor.”

O CEO ainda faz um anúncio importante: 800 milhões de pessoas estão atualmente usando o Facebook pelo menos um vez por mês. “Isso é incrível da minha perspectiva. Mas mais de meio bilhão de pessoas usam o Facebook todos os dias. E eu acho que isso é alucinante”.

Para ler a transcrição completa da entrevista, clique aqui. Para assistir ao vídeo no Charlie Rose, clique aqui.

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